Uma questão-chave neste momento de alta tensão eleitoral se dá em torno da coerência política. O candidato à reeleição ao governo do Estado, José Ivo Sartori (MDB), ficou desgostoso com a relação feita ao início de sua trajetória política, de combate à ditadura militar, e o apoio anunciado agora ao candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL). Veio para as redes sociais dizer que tem "história e coerência política".
O apontamento quanto a uma contradição surge de dentro do próprio PSB, que se dividiu, uma ala cobrando a saída do partido da coligação devido ao anúncio de Sartori de apoio a Bolsonaro, outra não dando muita importância a esse assunto.
A questão-chave em debate relaciona a dificuldade de conciliar apoio a Bolsonaro com defesa de valores da democracia, conforme declarações históricas do candidato a presidente. Há uma coleção dessas declarações. Para quem defende o apoio a Bolsonaro, como Sartori, o MDB gaúcho, o candidato tucano Eduardo Leite e seus aliados, pesa mais alto estar sintonizado aos clamores de parte do eleitorado e ao discurso do capitão do Exército de combate à corrupção. Quem discorda, lembra que a luta histórica pelas liberdades é incompatível com essa aproximação.
É um debate central e essencial.
Há nessa discussão claramente uma questão eleitoral, o interesse em atrair o eleitor de Bolsonaro no Estado. O momento é importante e revelador. A história registrará as escolhas feitas agora.