A jornalista Juliana Bevilaqua colabora com a colunista Babiana Mugnol, titular deste espaço
Os números mostram um 2021 com crescimento de faturamento no setor moveleiro. Conforme dados oficiais da Secretaria da Fazenda, o incremento nos primeiros 10 meses do ano foi de 49% em relação ao mesmo período de 2020. A estimativa projetada pelo Sindicato das Indústrias do Mobiliário de Bento Gonçalves (Sindmóveis), a partir desse cenário, é fechar o ano com alta de 45%.
Aparentemente positivos, os dados, no entanto, não refletem a realidade do segmento, segundo o Sindmóveis. De acordo com a entidade, a cadeia de madeira e móveis enfrenta os efeitos da instabilidade econômica, como aumento de impostos e alto preço dos insumos, e isso não significa maior lucro líquido aos empresários. O crescimento deve-se em parte à baixa base de comparação, principalmente do primeiro semestre com o mesmo período ano passado. Em 2020, a pandemia praticamente estagnou o setor.
Outro ponto destacado pelo Sindmóveis é que com a retomada da economia, muitos mercados passaram a ter problemas de escassez de matérias-primas, caso do setor moveleiro. Houve alta dos preços e forte impacto nos custos de produção, o que elevou o preço final dos produtos e, consequentemente, o faturamento bruto. Mas o aumento não foi acompanhado na mesma proporção pelo crescimento da produção, das vendas físicas e da lucratividade. O balanço foi divulgado pelo Sindmóveis nesta terça-feira.
Para 2022, tanto Sindmóveis quanto a Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul (Movergs) projetam crescimento no faturamento de 5% a 6%.
Faturamento na região
O faturamento do polo moveleiro de Bento Gonçalves, formado por Bento, Monte Belo do Sul, Pinto Bandeira e Santa Tereza, passou de 26,7%, em 2019, para 27,2%, em 2020. Até outubro deste ano, tinha atingido 29%.
O faturamento de móveis exportados cresceu 42,4% e a estimativa é que o ano se encerre com incremento de 40% nas exportações de móveis produzidos na Serra.
Empregos
A geração de empregos em Bento segue a tendência do Estado: em 2020, foi 4,5% e neste ano, 10,9%. São mais de 38 mil trabalhadores no Rio Grande do Sul e quase 7 mil somente no polo de Bento Gonçalves.