Foi uma editora de Caxias do Sul que requereu a falência de uma gigante do varejo de livros do Brasil, a Saraiva. A Culturama, especializada na publicação de livros infantis e quadrinhos, como os da Disney no Brasil, ingressou com o pedido em função do não pagamento de R$ 224 mil. O caso tramita na 2ª Vara de Falências da capital paulista, que concentra todas as ações relacionadas à recuperação judicial da Saraiva desde 2018.
De acordo com Fabio Hoffmann, diretor da Culturama, a editora começou a fornecer para a livraria depois da recuperação judicial ter sido aprovada. O negócio foi fechado em julho de 2019, mas em março de 2020 a Saraiva parou de pagar. A empresa caxiense disse que tentou negociar até setembro, mas, sem nenhum posicionamento da gigante varejista, resolveu colocar em protesto os títulos vencidos. Mesmo com esta medida mais incisiva, a Culturama não recebeu os valores e nenhuma informação sobre a dívida, o que a levou a tomar a decisão de requerer a falência em 18 de dezembro.
– Em nome do bem do mercado, alguém teria que tomar essa atitude. Todas as empresas têm compromissos. É um valor importante para a gente – destaca Fabio.
Os R$ 224 mil da ação é o que a Saraiva declara ter vendido, mas a Culturama também tentar reaver outros valores, como R$ 22 mil de livros em processo de devolução e outros R$ 55 mil de títulos a vencer.
Sobre este tema, a Saraiva comunicou ao mercado, na semana passada, o esclarecimento prestado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Afirmou que aguardava ser citada no processo e que, se for demandada judicialmente a arcar com os valores do pedido de falência, tais pagamentos não afetarão a solvência da companhia.