Representação cômica – por vezes considerada até controversa – do brasileiro, criada a partir das percepções do próprio Walt Disney na década de 1940, o personagem Zé Carioca andava sumido dos quadrinhos. Até 2018, ele tinha uma revista mensal, que chegava às bancas pela Editora Abril. Mas desde que a caxiense Culturama assumiu a publicação dos quadrinhos Disney no Brasil, em 2019, o papagaio com pinta de malandro não ganhou histórias inéditas. O retorno, porém, já tem data marcada: será na edição 18 da revista Aventuras Disney, que circula em setembro. A edição, com Zé Carioca na capa, entra em pré-venda nesta quarta (29), por meio do site compreculturama.com.br. O valor é R$ 6,90.
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– As pessoas perguntavam desde o início sobre o Zé Carioca. Mas estávamos publicando até agora as histórias da Disney traduzidas, e o Zé Carioca não tem muita produção fora do Brasil. Então, começamos a querer produzir nacionalmente mesmo novas histórias dele – conta Naihobi Steinmetz, editora-chefe da Culturama.
Claro, nada mais justo que a produção do Zé do Carioca fosse mesmo em solo brasileiro. Vários artistas do país estão conduzindo esse trabalho, entre roteiristas, ilustradores e coloristas. Uma curiosidade é que, deixando qualquer rivalidade boba de lado, a maior parte dos artistas que assina a versão 2020 do Zé Carioca é de São Paulo. Todos eles passaram por aprovação dos escritórios Disney na Itália e Estados Unidos para estarem aptos a realizar o trabalho. Alguns possuem vasta experiência no ofício. É o caso do ilustrador Moacir Rodrigues Soares, que trabalha com os quadrinhos Disney há cerca de 50 anos e participou ontem à noite de uma live da Culturama sobre o retorno do Zé Carioca. Além dele, a editora também está firmando parcerias com profissionais como o ilustrador Carlos Edgar Herrero, que já assinou mais de 500 páginas do Zé Carioca; e a colorista Cris Alencar, responsável por 35 capas do Zé Carioca, entre elas, a da estreia do personagem na Culturama (veja abaixo).
E por falar em estreia, Zé Carioca retorna aos quadrinhos em apenas uma história, de título autoexplicativo: Volta, Zé, Volta.
– Mostra ele voltando para a Vila Xurupita depois de todo esse tempo afastado. Tem também algumas inserções de amigos ali do núcleo dele – adianta Naihobi.
Conforme a Culturama, ainda não há projetos para uma revista solo de Zé Carioca. Por enquanto, as histórias protagonizadas pelo personagem chegarão ao público sempre por meio da revista Aventuras Disney.
Sem crise
A crise que grande parte do setor de cultura e entretenimento amarga durante o período de pandemia não tem sido sentida pela Culturama de forma tão expressiva. Além de ter grande parte de suas vendas ligadas a mercados – que não fecharam as portas –, o fato de haver muitas crianças em casa durante o período de distanciamento social acabou impulsionando as vendas dos produtos da editora caxiense. Há também crescimento no e-commerce e até mesmo uma plataforma dedicada a compras diretas por CNPJs foi criada.
– Comparado ao mesmo período do ano passado, estamos crescendo. No início da pandemia, com a parceria da Disney, criamos e disponibilizamos muitos conteúdos online para as pessoas e isso ajuda porque a maioria delas está em casa, e com crianças. Também estamos fechando parcerias com alguns influenciadores. Então, está bem legal – aponta Victor Dallagno, responsável pelo setor de marketing da Culturama.
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