As condições do trecho de cerca de 8 quilômetros da RS-135, conhecida como Perimetral Leste, viraram motivo de reclamação em Passo Fundo, no norte do RS. Moradores da região relatam insegurança e risco de acidentes por causa dos buracos, falta de sinalização e excesso de velocidade na pista, que tem limite de 60 km/h.
Quem mora no bairro São Cristóvão II viu o movimento aumentar desde julho, quando a obra que instalou o asfalto novo no local foi concluída.
— Antes da obra, quando tinham os tachões na pista, os motoristas respeitavam mais a velocidade, até não tinha ultrapassagem. Hoje em dia eles se arriscam muito — disse Gilberto de Michele, que tem uma oficina mecânica às margens da RS-135.
Outra reclamação é sobre o acesso ao bairro. Atualmente, os motoristas precisam usar um recuo pequeno e cheio de buracos. Por causa das condições precárias, alguns condutores saem direto da estrada, sem usar o recuo. Além de aumentar o risco de acidentes, outra situação preocupa: a dificuldade de travessia do bairro para a rodovia por causa do fluxo intenso de veículos.
— Esse acesso está bem difícil e perigoso. O pessoal está esperando acontecer uma fatalidade para mexer aqui. Tem entrada de caminhão, bastante movimento de carros e o pessoal não está vendo isso — comentou o mecânico João Victor Santos, que mora e trabalha no bairro.
À noite, "rachas" causam preocupação
Além dos transtornos, os moradores também relatam "rachas" de carros e motos durante a noite — outro motivo que tem tirado o sossego de quem mora na região.
— É uma falta de respeito e porque ninguém consegue parar eles. Eles sabem que aqui não tem controle de velocidade — disse a técnica de enfermagem Denise Prestes, que também é moradora do bairro.
Para evitar acidentes e mais transtornos, os moradores pedem a construção de um trevo de acesso adequado ao bairro, a volta dos tachões na pista e a instalação de um redutor de velocidade.
O que diz a EGR
Questionada, a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), concessionária que administra a estrada, disse que vai avaliar a possibilidade de construir um acesso ao bairro São Cristóvão II, mas que não há previsão para início do projeto neste momento.
A empresa, contudo, afirmou que recolocará os tachões na rodovia até o final de outubro. Quanto ao redutor de velocidade, é necessária a realização de um estudo prévio para definir se o dispositivo instalado será físico ou eletrônico.
Se o estudo constatar que há necessidade de instalação do controlador eletrônico de velocidade, este processo será programado junto ao Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), que é órgão de autoridade de trânsito do RS.