O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) estipulou uma nova data para a entrega do projeto de pavimentação da BR-153, que liga Erechim a Passo Fundo, mais conhecida como Rodovia Transbrasiliana. Segundo o órgão, o planejamento para o trecho deve ser entregue até fevereiro de 2024.
A pavimentação entre os dois municípios é uma promessa há pelo menos 50 anos. A previsão anterior era que o projeto saísse ainda no ano passado, mas o prazo para a entrega mudou para julho deste ano e, até o momento, também não foi cumprido.
O que muda, agora, é o fato do governo federal ter incluído o trecho na terceira fase do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), em agosto. O valor destinado à via não foi informado.
— Quando é obra do PAC, os prazos e licitações eletrônicas são mais estreitos porque é importante que se veja a evolução. Eu acho que essa obra nós não temos mais o que ficar torcendo por ela, temos que acompanhar — disse o prefeito de Erechim, Paulo Pólis, que se reuniu com representantes do Dnit na última quarta-feira (20).
Foi no encontro, em Brasília (DF), que o Dnit estipulou o novo prazo. Segundo a autarquia, o processo licitatório para o início das obras só pode começar depois da entrega do projeto. O departamento não informou um prazo ou quanto será investido no trecho.
Trecho pode encurtar caminho entre Passo Fundo e Erechim
Se estivesse em boas condições, a BR-153 seria uma alternativa para desafogar o trânsito de outras vias importantes da região como a RS-135 e a BR-285. O trecho também reduz em quase 13 quilômetros a ligação entre Passo Fundo e Erechim.
Hoje, até Passo Fundo, são 65 quilômetros de estrada de chão. A rota é mais utilizada por caminhões de grande porte para o escoamento de grãos, como soja e milho, essenciais para a economia de muitos municípios do Alto Uruguai e Planalto Médio.
O que preocupa, porém, é o estado da rodovia, que acumula buracos. O empresário Neri Vanelli, que montou uma mecânica com um sócio bem no entroncamento da rodovia com a RS-135, relata que as reclamações dos usuários são constantes.
— Já faz 10 anos que moro em Erechim e lembro do meu pai dizendo que "agora vão asfaltar", mas continua do jeito que está. Várias vezes temos que socorrer os motoristas. É mola quebrada, é grampo de mola, pino de centro, toda essa parte que envolve suspensão (que estraga) — conta.
Juliano Pez mora às margens da Transbrasiliana há pelo menos 15 anos. Em sua casa, o aposentado reclama do acúmulo de poeira.
— Não dá pra lavar roupa, não dá para estender roupa no arame, não dá para fazer nada. Se deixar a janela aberta, a gente não aguenta a poeira dentro de casa. Móveis, tudo empoeirado — relata.