Assim como outras cidades do país, Passo Fundo ainda enfrenta um desabastecimento de vacinas contra a covid-19 após atraso no processo licitatório de compra por parte do governo federal. Além disso, a rede municipal de saúde também está sem testes de detecção do vírus, uma vez que não houve mais envio por parte do governo estadual.
A previsão é que o estoque dos dois insumos seja normalizado até a segunda semana de maio, quando também está prevista a chegada da primeira remessa de testes rápidos contra a dengue ao município. Os testes de ambas as doenças foram comprados pela prefeitura, por meio de pregão. Serão 20 mil testes de dengue e 4 mil de covid-19.
— A compra já foi feita por processo licitatório. Agora, aguardamos o envio por parte da empresa vencedora da concorrência. A previsão é de que cheguem até a primeira semana de maio — afirma a secretária de Saúde, Cristine Pilati.
Já as vacinas dependem de envio por parte do Ministério da Saúde. A previsão é que o município receba a remessa até a segunda semana de maio, mas não há detalhes quanto ao número de doses.
Com a chegada dos testes rápidos, pacientes na rede pública que apresentarem sintomas poderão ser testados para identificar possíveis contágios pelo mosquito Aedes aegypti na cidade. A testagem é feita com uma amostra de sangue e fica pronta em cerca de 15 minutos. Por enquanto, os testes só podem ser adquiridos pelo paciente na rede privada.
— É importante ressaltar que um teste rápido negativo para dengue não exclui o diagnóstico. Nós seguimos o protocolo do Ministério da Saúde, em que o tratamento é feito pela sintomatologia. Se a pessoa tiver negativado, mas tiver sintomas, ela é tratada da mesma forma e terá amostra enviada para novo exame no Laboratório Central do Estado (Lacen) — explica a infectologista.
Pela primeira vez o RS foi incluído na lista de estados que receberão a vacina da dengue. No entanto, Passo Fundo não está entre as cidades contempladas. Serão 126.132 doses, distribuídas entre Porto Alegre, Alvorada, Cachoeirinha, Glorinha, Gravataí e Viamão.
Com 866 casos confirmados de dengue do começo do ano até sexta-feira (25), conforme atualização do painel de monitoramento da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Passo Fundo é um dos municípios gaúchos infestados com o mosquito Aedes aegypti.
Apesar de não ter registrado mortes pela doença, a cidade tem bairros com mais casos confirmados que outros, como mostra levantamento divulgado pela prefeitura de Passo Fundo em 23 de abril. A região mais afetada é o centro, onde havia 118 casos confirmados de dengue. Em seguida estão os bairros São José e Vera Cruz.
Gripe
Já em relação à influenza, Pilati destaca que nunca houve testes rápidos para o vírus disponíveis na rede municipal. Por não se tratar de uma doença de notificação compulsória, em que é feito o registro obrigatório na Secretaria Estadual da Saúde, apenas os casos de internação são testados e notificados.
— Quem interna com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), há notificação e testagem. Por essa razão, não sabemos quantos pacientes no total tem influenza no município, mas percebemos um crescimento nos casos graves da síndrome. Até mês passado, eram um ou dois casos de internação. Nesta semana, já eram 19 pacientes internados — acrescenta.
No entanto, isso não quer dizer que todos os internados estão com influenza, já que a SRAG pode abranger também a covid-19 e o vírus sincicial respiratório, no caso de crianças.
A vacinação contra a gripe segue disponível nas salas de vacina do município. A campanha ainda é destinada somente aos grupos prioritários e segue até 31 de maio.