Novos casos de dengue em Passo Fundo ainda acontecem, mas em ritmo menor. De acordo com dados do painel de casos da secretaria de Saúde do Estado, foram 48 casos registrados em junho, até o momento. Em maio, o número de casos confirmados foi de 260. O número de notificações também diminuiu, de 522, em maio, para 254, em junho. Num comparativo entre os dois meses, a queda é de 81% no número de casos confirmados.
No total, desde o início do ano, o Município registrou 2,8 mil notificações da doença, além de 806 casos confirmados e 263 em investigação, conforme atualização do painel nesta terça-feira (20). Passo Fundo também teve duas mortes confirmadas pela doença. Atualmente, quatro pessoas estão internadas pela doença na cidade.
A coordenadora do Núcleo de Vigilância em Saúde, Marisa Zanatta, relata que os casos seguem aumentando, mas em ritmo menor que em outro período, quando os focos do mosquito eram maiores na cidade.
— Deu uma estabilizada neste mês. O número vai seguir aumentando, porque ainda têm mosquitos contaminados, mas está numa crescente menor que antes. Tivemos momentos em que os casos aumentavam muito, agora estabilizou um pouco mais. Isso é meio natural, com a chegada do frio e todas as ações que foram realizadas. A tendência é de diminuição no inverno, mesmo que ainda exista — afirma.
Apesar da chegada do inverno nesta quarta-feira (21), os cuidados com a dengue — doença caracterizada em períodos mais quentes — devem ser mantidos. Marisa salienta a importância da prevenção também em dias frios, como a retirada de água parada em pneus, limpeza de caixa d'água e recipientes de plantas, entre outros. Segundo ela, assim como o trabalho permanece durante todo o ano, os cuidados devem seguir da mesma forma.
— As precauções precisam permanecer, porque com o frio também se pode ter dengue. É falsa a ideia de que no inverno não tem, porque tem sim. Precisamos estar atento a todas as questões, porque ainda tem casos acontecendo, mesmo que em ritmo menor — pontua a coordenadora.
A influência do frio
A mudança de temperatura impacta diretamente na reprodução de mosquitos Aedes aegypti. De acordo com a coordenadora em Vigilância em Saúde, a chegada de dias frios diminui a presença de mosquitos contaminados. No entanto, eles existem, em razão da grande presença em meses anteriores, quando a cidade viveu um surto da doença.
— Não é que não tenha, o mosquito adulto ainda está na comunidade, porque tem vários locais com a presença dele. Se ele está contaminado, vai picar as pessoas e transmitir. Com o inverno, não deve ter muitos nascimentos de ovos, consequentemente nascem menos mosquitos. Essa é a relação, porque teoricamente não deveria ter mosquito porque não estariam nascendo, mas pelos números altos que tivemos esse ano, ainda devem ter mosquitos contaminados, por isso ainda temos casos — explica Marisa.
Segundo Marisa, atualmente os casos estão mais espalhados na cidade, diferente de dois meses atrás, quando existia uma concentração na região da Vila Luiza, Centro, Boqueirão, Vila Rodrigues, Lucas Araújo e Petrópolis.
GZH Passo Fundo
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