Foi com som reduzido, luzes acesas e movimentação livre que o público que se encontra no espectro autista assistiu ao filme "Shazam! Fúria dos Deuses", na tarde deste domingo (2), no Bella Città Shopping, em Passo Fundo, em mais uma edição da sessão especial de cinema.
A ação foi personalizada para os autistas no Dia Mundial da Conscientização do Autismo, celebrado neste domingo. Com camisetas azuis alusivas às necessidades das crianças com transtorno do espectro autista (TEA), as famílias da Associação dos Amigos da Criança Autista (Auma) de Passo Fundo ofereceram um domingo diferente e de socialização.
Além de ir ao cinema, as famílias que possuíam credencial autista tinham direito a vaga exclusiva de estacionamento.
— É todo um contexto. Nós viemos num ambiente diferente, com barulho, movimentação de pessoas, que é diferente para eles. Passamos o dia passeando, viemos curtir um cinema, comer uma pipoca e socializar — diz o presidente da Auma, Emerson Drebes, que levou o filho Ederson Drebes, de 22 anos, ao cinema.
A proposta da sessão de cinema especial é oferecer acolhimento em um ambiente propício para que autistas se mantenham calmos. No cinema, as pessoas com TEA e acompanhantes tinham direito a um benefício de pagar o ingresso com meia-entrada. A família de Drebes considerou o momento muito especial.
— Meu filho se sentiu muito à vontade no filme, deu risada, assistiu inteiro. É um momento especial, de socialização das famílias e de muita troca, de muita união. Nós queremos desmistificar, estar junto da sociedade, mostrar que os nossos autistas só querem os mesmos direitos, de lazer, de educação e saúde — pontua Drebes.
Cadastro
Atualmente, a Auma conta com mais de 260 autistas cadastrados em Passo Fundo. Drebes considera que a população da cidade inserida no espectro é maior do que isso, mas não há dados oficiais: por isso, pondera que as famílias devem se identificar na associação.
— A carteira é uma forma de censo para esse público, para sabermos o que eles precisam. Só assim conseguimos ir atrás de políticas públicas condizentes com a realidade deles — pontua Drebes.