Por Nadja Hartmann, jornalista
Além de se dedicar a um mandato regional voltado a dezenas de municípios, o deputado Luciano Azevedo vem dando uma atenção especial ao fortalecimento do PSD em nível estadual e, principalmente, municipal. Para isso, todos os esforços estão concentrados em garantir um ótimo desempenho do partido em Passo Fundo, que é a sua base eleitoral.
Nesta segunda-feira (19), o deputado, acompanhado do prefeito Pedro Almeida e do procurador-geral do município, Adolfo de Freitas, estará reunido em São Paulo com o presidente do PSD nacional, Gilberto Kassab. O objetivo é apresentar os resultados da gestão no município. Das sete prefeituras conquistadas pelo PSD no RS em 2020, Passo Fundo é a segunda em número de eleitores, perdendo apenas para Canoas, com o prefeito Jairo Jorge.
Bancada triplicada
Além de falar da gestão na prefeitura de Passo Fundo, é claro que a pauta inevitável da reunião será as eleições municipais... E, neste caso, a comitiva de Passo Fundo leva boas notícias na bagagem, com a confirmação de filiação de dois vereadores: Leandro Rosso, que deixa o Republicanos e Sargento Trindade, que deixa o PDT.
Os dois vereadores não vão nem mesmo aguardar a janela partidária de abril para deixar os atuais partidos. O ato oficial de filiação está marcado para março e, com isso, o PSD aumenta consideravelmente a sua representatividade na Câmara, passando a ter uma bancada com três vereadores, ou seja, triplicando de tamanho...
Aliás, com o ingresso dos dois vereadores, o PSD fica empatado com o PDT, que até agora possuía a maior bancada no legislativo. Um empate que não deve durar muito tempo, já que o PDT pode perder mais um vereador, Gleison Consalter, que já foi PT, PSB e que agora namora o PL...
Isso se confirmando, o PSD passa a ter a maior bancada no legislativo de Passo Fundo. Porém, a correlação de forças entre situação e oposição não muda, uma vez que ambos os vereadores não vinham votando com os seus partidos há bastante tempo...
Perfil do vice
Na majoritária, com a candidatura confirmada de Pedro Almeida à reeleição, o PSD ainda está em busca de um candidato à vice com potencial eleitoral suficiente para garantir mais quatro anos de gestão. Mas não só isso... A escolha do vice deve obedecer critérios que vão além de 2024.
Ou seja, ele tem que ser forte o suficiente para agregar votos em outubro, mas não tão forte que possa representar uma ameaça para o protagonismo do partido em 2028. Por isso, um vice que provavelmente concorra à deputado estadual em 2026 pode ser bastante conveniente, como por exemplo, Mateus Wesp (PSDB)...
A propósito: falando em majoritária, a semana promete novidades em torno da candidatura que deve reunir partidos de centro-esquerda e esquerda em Passo Fundo. Fonte desta coluna adianta que pode vir uma grande surpresa...
Recado aos políticos
Mas além de nomes e coligações, os partidos de Passo Fundo deveriam estar preocupados com um fenômeno grave que não pode “passar batido” pelas lideranças. Não se pode admitir a apatia das lideranças diante do desinteresse crescente demonstrado pelos eleitores em participar das eleições e decidir o futuro do município.
Enquanto nas eleições municipais de 2012, dos 116.967 eleitores aptos a votar, 97.727 comparecerem, registrando uma abstenção de 14,13%, no pleito de 2016, a abstenção subiu para 16%, com 22.971 eleitores deixando de votar.
Já em 2020, o índice de abstenção atingiu o patamar de 25,46%, com 37.337 eleitores ausentes, número mais do que suficiente para mudar o resultado da eleição, como mostram os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) (veja abaixo). Verdade que a pandemia aumentou o índice de abstenção em todo o país, mesmo assim, Passo Fundo ficou acima da média nacional, que foi de 23,14%.
- Eleição de 2012: 14,13% de abstenção
- Eleição de 2016: 16,10% de abstenção
- Eleição de 2020: 25,46% de abstenção
Desinteresse
Da mesma forma, chama atenção o crescimento dos votos brancos ou nulos, que podem significar, além de desinteresse, uma forma de protesto. Enquanto em 2016, foram 7.233 votos brancos e nulos, o equivalente a 6,05%, em 2020, foram 8.206, ou 7,79%.
Ou seja, somando a abstenção, brancos e nulos, são mais de 45.543 eleitores passo-fundenses que por algum motivo, abriram mão de escolher o prefeito em 2020, o que representa 33,23%, fato que sem dúvida, merece a reflexão das lideranças partidárias... Será que os partidos estão preocupados em fazer essa lição de casa?
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