A Polícia Civil de Passo Fundo, no norte gaúcho, concluiu o inquérito que investigava a morte de criança sem indiciar nenhum dos médicos envolvidos. Gustavo dos Santos Ribas, 8 anos, morreu em 18 de junho após quadro grave de pneumonia.
À época, a família registrou boletim de ocorrência contra o Hospital Dia da Criança, mantido pela Secretaria de Saúde de Passo Fundo, com alegação de erro médico. O caso estava sob investigação da delegada Daniela Mineto, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa, e foi concluído no último dia 22.
— O inquérito concluiu que não houve culpa por parte dos médicos na morte do menino. Não houve nenhum tipo de negligência ou imperícia por parte dos médicos que tenha tido influência na morte do Gustavo — afirmou a delegada.
CPI será concluída em um mês
A Câmara de Vereadores instaurou uma CPI que também investiga atendimento médico prestado à criança. Conforme o presidente da comissão, vereador Alberi Grando (MDB), o grupo já teve acesso aos prontuários dos hospitais e, na última semana, ouviu envolvidos no caso:
— Estamos ouvindo profissionais envolvidos tanto no Hospital Municipal quanto no São Vicente de Paulo (HSVP) para averiguar o que aconteceu durante a internação da criança. Estamos em contato com o Conselho de Medicina (CRM), que também abriu sindicância.
As informações levantadas serão expostas em relatório, que tem prazo para ser entregue até 20 de dezembro. Porém o grupo trabalha para concluir o documento na primeira quinzena de dezembro.
Além do presidente Alberi Grando, integram a comissão Rodinei Candeia (Republicanos), como relator, e os vereadores Michel Oliveira (PSB), Nharam Oliveira de Carvalho (União Brasil) e Regina Costa dos Santos (PDT).
Relembre o caso
Gustavo dos Santos Ribas, 8 anos, morreu em 18 de junho após quadro grave de pneumonia. A família do menino buscou o atendimento médico no Hospital Dia da Criança, com dor nas costelas, febre e vômito.
Após realizar exames de sangue e raio X, a equipe médica diagnosticou inflamação no apêndice e informou que seria necessário cirurgia. Porém, hospitais com essa capacidade, como o HSVP e Hospital de Clínicas, não tinham vagas naquele momento.
Conforme o pai de Gustavo, o menino deu sinais de piora durante a madrugada e passou a reclamar com frequência de dores na região do tórax.
No dia seguinte, após avaliação de outros dois profissionais, Gustavo foi diagnosticado com grave pneumonia. O menino foi então transferido para o Hospital São Vicente de Paulo (HSVP).
Ao realizar exames foi constatado que um dos pulmões já estava comprometido. Horas depois, o quadro do menino se agravou e ele morreu.