Pelo menos quatro trechos de ferrovias seguem totalmente bloqueados no Rio Grande do Sul por causa das enchentes que causaram mortes e estragos desde o começo de maio, confirmou a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). O número representa uma redução significativa: em 14 de maio eram 46 bloqueios forçados pelo excesso de chuva.
Entre os motivos para as interrupções estão alagamentos, deslizamentos, erosões e quedas de barreiras. Em nota a GZH Passo Fundo, a ANTT informou que acompanha o cenário em conjunto com a Rumo Malha Sul, concessionária das ferrovias no RS. Segundo a agência, a situação climática resultou em "danos extensos" à malha ferroviária gaúcha e verifica a possibilidade de liberar pontos de forma parcial.
"A concessionária está promovendo um levantamento detalhado dos danos causados para definir junto com a ANTT o cronograma de recuperação dos trechos", consta no comunicado enviado à reportagem. Pelo menos 78 pontos de interdição em ferrovias já foram liberados. No momento, os trechos interrompidos são:
- Roca Sales-Lages
- Roca Sales-Passo Fundo
- Pátio Industrial-Rio Pardo
- Santa Maria-Rio Pardo
No momento, o transporte, em especial de combustíveis, tem sido realizado pelas rodovias que já foram liberadas. De modo geral, a malha rodoviária está trafegável e tem alguns pontos com bloqueios parciais, reiterou a ANTT.
O escoamento de grãos, por sua vez, flui pelo transporte ferroviário após a retomada das operações nos trechos entre Cruz Alta e Rio Grande, onde fica a principal porteira gaúcha para importações e exportações. Os portos de Rio Grande e Pelotas seguem operando normalmente enquanto o porto de Porto Alegre segue com as operações suspensas em função das enchentes.
Segundo a concessionária Rumo, somente após a avaliação de todos os pontos críticos de ferrovias será possível implementar as ações necessárias para a retomada completa da circulação dos trens no Rio Grande do Sul.