Em decisão do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), foi autorizado o retorno das atividades em 50 garimpos de Ametista do Sul, no norte do Estado. O texto publicado nesta quarta-feira (22) suspende a interdição de funcionamento dada aos garimpos e os trabalhos da fábrica de explosivo. O despacho foi assinado pelo auditor fiscal do trabalho Otávio Kolowsi Rodrigues.
A posição foi alterada após a comprovação de realização de cursos de atualização para o uso de explosivos, que ainda impediam o retorno aos locais. Conforme informação repassada pelo advogado da Cooperativa de Garimpeiros Do Médio Alto Uruguai (Coogamai), Carlos Garibaldi, são 137 garimpos no total, que serão liberados à medida que forem concluindo o curso.
Os locais estavam interditados desde julho de 2023, após uma operação do Exército prender 15 pessoas por fabricação e uso indevido de explosivos em minas de pedras preciosas de Ametista do Sul. Desde então, ocorreram inúmeras tratativas para que os locais voltassem a funcionar. Na última, em abril, o MTE havia mantido a interdição por falta de treinamento e cautelas de prevenção a explosões.
Após dez meses de paralisação, a notícia da retomada foi vista com felicidade pelo prefeito de Ametista do Sul, Jadir Kovaleski. Até 80% da arrecadação da cidade vem do garimpo de pedras preciosas e desde então, mais de 3 mil toneladas de pedras já foram deixadas de ser extraídas.
— É uma alegria imensa, principalmente pelos garimpeiros e donos de garimpos que enfrentam uma dificuldade muito grande. A gente espera que agora o munícipio volte a ter, junto a eles, a sua dignidade e economia retomada. Para eles, é o trabalho que vai levar o alimento para a família, o que respinga em toda a cidade. Esperamos a partir de agora termos os demais concluindo o curso e sendo todos reabertos — almeja o prefeito.
Relembre o caso
A operação do Exército ocorreu em julho de 2023, e prendeu 15 pessoas por fabricação e uso indevido de explosivos em minas de pedras preciosas. Conforme a investigação, todos faziam parte da Coogamai, autuada por estar em situação irregular, uma vez que os explosivos eram fabricados, armazenados e utilizados em locais indevidos.
Os detidos foram liberados após prestar esclarecimentos. Durante a operação, o Exército emitiu 24 autuações e 23 apreensões, totalizando quase uma tonelada de pólvora mecânica apreendida e destruída pelos agentes. No total, foram 985,7 quilos removidos.
Segundo a Coogamai, 1,3 mil garimpeiros ficaram sem trabalhar desde 25 de julho.