Para enfrentar a maior tragédia climática da história, o Rio Grande do Sul agora conta com o primeiro Escritório de Drones de Desastres do Brasil. Seis equipamentos sobrevoam os municípios atingidos pelas enchentes no Estado e fazem um mapeamento dos estragos causados pela chuva. O levantamento é fundamental para a liberação de recursos federais para os municípios atingidos pelas enchentes.
Instalado em Passo Fundo e liderado pelo secretário executivo da Defesa Civil alagoana, tenente-coronel Rômulo Guedes, as aeronaves fotografam as áreas afetadas para um mapeamento. Os registros são enviados através de um satélite Starlink à operação montada junto ao Gabinete de Crise da Defesa Civil instalado no norte gaúcho, que fica na sede do 3° Regimento de Polícia Montada (3° RPMon).
Durante a semana, a equipe formada por técnicos de diferentes áreas esteve em cidades como Lajeado, Muçum, Roca Sales e Encantado, no Vale do Taquari.
Devido à gravidade dos acontecimentos, foi preciso reunir profissionais cedidos de outros estados do Brasil, como Amapá, Alagoas e Goiás, que também emprestaram parte dos equipamentos. Entre eles estão engenheiro ambiental, arquiteto, geólogo, designer e piloto de drone especializado.
— Pela complexidade e o tamanho desse desastre, tivemos que montar um escritório para que possamos atender no menor tempo possível, com a maior celeridade e a maior eficácia, as cidades — explicou o tenente-coronel Rômulo Guedes, da Defesa Civil de Maceió, no Alagoas.
O escritório conta com o apoio de empresários, que disponibilizam suas aeronaves para fazer o transporte das equipes e dos equipamentos. O trabalho é realizado nas áreas em que não há mais enchente, onde os drones captam a situação após os desastres e as imagens são encaminhadas para os municípios utilizarem em seus decretos de emergência ou calamidade.
— No caso dos planos de trabalho de limpeza urbana, conseguimos calcular o volume dos materiais com essas imagens. Com o uso de inteligência artificial e softwares de extrema tecnologia, ao qual temos disponibilidade de acesso, desenvolvemos um produto de ponta para auxiliar no desastre do Rio Grande do Sul— exemplifica Guedes.
O escritório tem uma gestão de serviços atrelados, que otimiza o processo de reestabelecimento dos planos de trabalho. A iniciativa foi instalada em Passo Fundo pois a cidade não está na zona crítica do desastre climático que atinge o Estado e, a partir do município, é possível ter acesso à maioria das regiões mais afetadas.
O trabalho com os drones de desastre já era desenvolvido pela Defesa Civil de Alagoas e utilizado em outras tragédias no país, a partir da Coordenação Nacional de Defesa Civil.