Uma solenidade no interior de Tupanciretã, no noroeste do Estado, abriu oficialmente a colheita da soja no Rio Grande do Sul na manhã desta segunda-feira (25). Na 15ª edição, o ato simbólico ocorreu na agropecuária Richter, em uma propriedade rural na comunidade de Santa Luzia.
A expectativa é de uma safra recorde neste ano. Segundo dados da Emater/Ascar-RS, a estimativa é colher cerca de 22 milhões de toneladas de soja, o que representa uma produção 71% maior do que a última safra. Conforme o último informativo conjuntural da Emater, publicado na quinta-feira (21), 3% da área cultivada já foram colhidos no RS em 2024. A fase predominante é o enchimento de grãos (59%) e maturação (27%).
Os números fazem com o que a abertura da colheita volte a ser considerada uma festa no Estado, após anos em baixa, como aponta o secretário adjunto da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Estado, Marcio Madalena:
— Nos últimos anos a frustração da soja trouxe prejuízo aos agricultores, mas acreditamos que esta será a safra de recuperação. Já temos 6,5 milhões de hectares de áreas plantadas e expectativa de plantio voltará a reposicionar o RS no cenário nacional e global da soja. Isso, aliado ao crescimento do biodiesel, colocará novo fator no preço da soja, o que é uma expectativa dos produtores.
O preço é justamente uma das preocupações dos produtores rurais. No caso de Emerci Richter, proprietário da área onde aconteceu o ato simbólico, a safra é a esperança para trazer equilíbrio financeiro à família:
— Tivemos dois anos de frustração, mas esperamos médias boas. Nosso problema é preço, nos anos anteriores que não tínhamos produto, o preço era bom, agora que temos, o preço da soja caiu bastante. Mas este é um ano de esperança para o produtor rural se desafogar um pouco das contas que ficou uns anos atrás.
Nesta safra 2023/2024, são cerca de 6,6 milhões de hectares da cultura, que conta com a participação de 426 municípios gaúchos que cultivam o grão.