Quem vai à comunidade de São Pedrinho, no interior de Passo Fundo, a partir do acesso do Parque da Roselândia, não demora muito para se deparar com lixo jogado na vegetação que fica na beira da estrada e até dentro de um rio. Segundo moradores, há anos veículos saem da cidade para despejar cargas de lixo quase que diariamente nas estradas da região.
Sacos plásticos, embalagens e outros resíduos ficam evidentes conforme se vai em direção ao interior. No caminho, é possível encontrar desde móveis como sofás, pia e vaso sanitário de porcelana e jogos de cadeiras até sacolas de lixo orgânico e animais mortos.
O chacareiro Arlindo Bernardes conta que encontrar um local cheio de lixo (veja nas imagens) não é raro. Ele mora há anos na região e conta que já viu até deixarem restos de uma casa velha desmanchada na beira de uma estrada da comunidade.
— Eles vem para cá e soltam, né? — relata.
Em outros pontos da estrada, tornam-se comuns os pontos de descarte onde o lixo foi queimado. Nesses locais, as chamas já chegaram às árvores, o que preocupa os moradores pelo risco de incêndios florestais.
— Já teve outra situação que colocaram fogo e realmente estava tomando proporções bem grandes, tiveram que vir apagar — lembra Graciela dos Santos, moradora da região.
Além do lixo, são comuns episódios em que motoristas passam pela comunidade de São Pedrinho e deixam cães e gatos, vivos ou não. O Arlindo conta que há anos o local é ponto de abandono. Ele mesmo já adotou três cães que foram deixados na estrada. Outra vizinha, Cenita dos Santos, lamenta a situação.
— Aqui aparecem animais todos os dias. Muitos são adotados, mas tem cachorro que fica no limite do limite, com fome e sede. Será que o ser humano não pensa nisso? — questiona ela.
Pela comunidade passa um rio, conhecido pelos moradores como Rio de São Pedrinho. Nem ele está livre do lixo descartado de forma irregular. GZH Passo Fundo encontrou resíduos nas margens, mas também no leito. Essa poluição afeta a água, mas também tem reflexos na cidade.
Segundo o secretário municipal de meio ambiente, Rafael Colussi, a prefeitura monitora o descarte irregular no interior de Passo Fundo e nos leitos dos rios. Desde 2021, já foram retiradas mais de 600 toneladas de lixo que estavam em rios e localidades do interior.
— O acúmulo de lixo e alagamentos têm trazido muitos problemas para a cidade — afirmou o secretário de Meio Ambiente de Passo Fundo, Rafael Colussi.
Passo Fundo tem local para descarte de lixo adequado e gratuito
Ainda de acordo com Colussi, em Passo Fundo existe o Ecoponto, um local na Vila Armando Annes, que recebe até um metro cúbico de lixo por pessoa e dá a destinação correta aos resíduos. Por lá, são aceitos desde lixo doméstico até móveis e árvores cortadas, itens encontrados com mais frequência em São Pedrinho.
— As pessoas conscientes que trazem o lixo aqui no Ecoponto contribuem muito, mas ainda existem pessoas que têm conhecimento do serviço e preferem largar do descarte irregular. Lembrando que isso gera multa e a fiscalização sempre está atenta junto da Patrulha Ambiental. Se for constatado descarte, vai ser multado — frisa o secretário.
O Ecoponto funciona de segunda à sexta-feira das 8h às 11h30min e das 13h30min às 17h. Nos sábados o espaço funciona das 8h às 11h30.