Dois grupos de estudantes e professores do curso de Ciências da Computação da Faculdade Atitus Educação, de Passo Fundo, foram selecionados para testar a segurança da urna eletrônica em Brasília (DF). Ao todo, duas equipes com cinco integrantes cada têm a missão de tentar invadir o sistema eleitoral e encontrar possíveis falhas.
O desafio integra o Teste Público de Segurança da Urna (TPS), realizado desde 2009 pela Justiça Eleitoral. Para participar dos testes é preciso atender algumas exigências, como ter 18 anos ou mais e apresentar um plano de ataque às urnas eletrônicas que deve ser aprovado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Os testes são realizados sempre no ano anterior às eleições. Nesta edição, 27 planos foram aprovados e serão colocados em prática, como explica o coordenador do curso, Marcos Roberto dos Santos.
— Os planos contemplam a própria urna eletrônica e também os sistemas de conexão, de análise de votos, quebra de confidencialidade e transmissão de vídeos. O interessante dessa iniciativa é que temos autorização para hackear. Nós estamos autorizados a invadir o sistema eleitoral — destaca o professor.
Em Brasília, o grupo terá acesso ao código fonte das urnas eletrônicas e todos os equipamentos usados nas eleições. O objetivo dos estudantes e professores é conseguir entrar no sistema para que, assim, a Justiça Eleitoral corrija as falhas.
No Rio Grande do Sul, apenas os grupos da Atitus e PUC-RS foram selecionados para integrar o TPS. Desde que começou a ser realizado, 96 planos de ataques já foram aplicados por quase 150 participantes de diferentes áreas, instituições e órgãos, como a Polícia Federal. A sétima edição do teste acontece na sede do Tribunal Superior Eleitoral em Brasília, de 27 de novembro a 1º de dezembro deste ano.