Dezessete famílias de uma ocupação localizada na Avenida Rio Grande, em Passo Fundo, podem ficar sem ter onde morar nos próximos dias. Uma nova ordem de desocupação do terreno foi pedida na Justiça pelos proprietários do imóvel, que já possuem uma ação de despejo desde 2009, mas que nunca foi efetivada.
Na última terça-feira (30), uma audiência tinha o objetivo de tentar uma negociação entre as partes, com intervenção da prefeitura, que fez uma proposta de compra aos proprietários. Para que pudessem regularizar a habitação dos moradores e mantê-los no local, o município ofereceu R$ 1,2 milhão pela área, mas não conseguiram chegar a um acordo, já que os donos pedem um valor mais alto.
Sem consenso, a Justiça manteve a sentença de desapropriação, o que confere um prazo de 30 dias aos moradores para deixarem o local. Esse prazo, porém, pode ser estendido, já que envolve um grande número de pessoas.
De acordo com uma moradora da ocupação Márcia Regina Rodrigues dos Santos, de 47 anos, a situação das famílias é crítica. Algumas já residem no local há 25 anos:
— Tem pessoas de idade aqui, crianças... O dinheiro que tinham usaram pra construir as casas. Nós pagamos luz, pagamos água, a gente trabalha. Eu moro aqui faz mais de 10 anos, então eu fico triste, não temos pra onde ir. É direito de todo mundo ter um teto para morar.
Em nota, a prefeitura de Passo Fundo afirma que nos próximos dias poderá haver uma nova avaliação da área por um avaliador a ser nomeado pela Justiça, mas que a ocupação "não possui ordem de despejo iminente".
Essa nova avaliação, no entanto, vai depender do interesse dos proprietários do imóvel, conforme informa a defesa dos moradores. Além disso, também de acordo com a defesa, a desocupação pode ser solicitada a qualquer momento e o cumprimento da ordem deve ser imediato.