Por Dra. Téo Foresti Girardi, CEO do GovTech Lab e Head do GovTech Summit
Com o início dos novos mandatos nas prefeituras de todo o Brasil, 2025 se apresenta como uma oportunidade ímpar para transformar a gestão pública. A chegada de líderes mais jovens, diversificados e conectados com as demandas da sociedade inaugura uma nova era de renovação, onde a inovação tecnológica se torna central para a criação de governos mais inteligentes, inclusivos e eficientes.
Com base nas eleições de 2024 no estado do Rio Grande do Sul, 311 novos gestores públicos (não reeleitos) assumiram a liderança nas prefeituras em 2025, sendo 39 mulheres eleitas prefeitas de seus municípios, número que reflete a baixa representatividade feminina no setor público, correspondendo a apenas 7,93% do total de prefeitos eleitos no estado. Por outro lado, observa-se uma maior presença de jovens gestores assumindo a liderança, marcando uma mudança significativa no perfil da gestão pública no Estado.
A cada novo ciclo eleitoral, a renovação das lideranças traz consigo uma oportunidade singular de transformação na administração pública. Em 2025, essa renovação ocorre em um momento decisivo, onde inovação, tecnologia e sustentabilidade não são apenas tendências, mas necessidades urgentes para atender às demandas da sociedade.
Os desafios são imensos: crises econômicas, desigualdades sociais e mudanças climáticas estão no topo da agenda. No entanto, essas dificuldades também representam uma oportunidade de reformular políticas públicas e construir cidades mais inteligentes, sustentáveis, resilientes e orientadas para as necessidades reais dos cidadãos.
O papel dos novos líderes públicos e o que esperar deles em 2025?
Os novos gestores que assumem as prefeituras em 2025 têm um papel central na transformação da gestão pública. Mais do que administradores, eles precisam ser agentes de mudança, capazes de liderar com visão estratégica e adotar práticas inovadoras. No entanto, isso exige uma abordagem que vá além da gestão tradicional, priorizando estratégias baseadas em dados, transparência e colaboração.
Vale lembrar que não basta apenas implementar ferramentas tecnológicas; é necessário direcioná-las para resolver problemas concretos e melhorar a qualidade de vida. A sociedade exige cada vez mais de seus governantes, afinal, a administração dos serviços públicos tem se tornado cada vez mais "digital" na vida do cidadão.
Prefeitos e gestores públicos precisam adotar um papel ativo como “líderes empreendedores”. Isso significa que não basta apenas administrar os recursos disponíveis, mas que se faz necessário criar ambientes propícios à inovação, impulsionando o desenvolvimento local, criando oportunidades para o empreendedorismo e os novos talentos. Quando os gestores públicos adotam a inovação como uma prioridade estratégica, o impacto é direto e transformador. Isso resulta em menos filas e burocracia nos serviços essenciais, maior transparência na aplicação de recursos públicos, infraestrutura mais preparada para desafios climáticos e sociais, estímulo ao desenvolvimento econômico local, retenção de talentos e mais oportunidades para o empreendedorismo.
As lideranças municipais têm a vantagem de estar mais próximas dos desafios cotidianos da população. Com isso, podem desenvolver projetos que promovam a inclusão digital, o acesso universal aos serviços públicos e a participação cidadã. Exemplos incluem implementar tecnologias que melhorem a eficiência dos serviços públicos, ampliar o acesso à informação, utilizar análise de dados para tomar decisões mais informadas e alinhadas às demandas locais, promover políticas urbanas que concilie crescimento econômico e preservação ambiental, e fomentar colaboração entre governos, startups e empresas para soluções inovadoras.
Construir governos inteligentes para o futuro não é apenas um conceito; é um modelo de governança que coloca o cidadão no centro das decisões e utiliza a inovação como ferramenta para alcançar resultados concretos. Isso exige confiança, comprometimento e coragem para quebrar paradigmas e adotar práticas novas. A chegada de novos prefeitos oferece um momento para redefinir prioridades e construir administrações que sejam não apenas eficientes, mas também transformadoras, que adotem práticas baseadas em tecnologias emergentes, promovam parcerias estratégicas, incentivem a formação continuada dos servidores e, principalmente, estimulem a participação cidadã. Se conseguirmos alinhar tecnologia, propósito e governança estratégica, construiremos um país mais preparado para os desafios do presente e as oportunidades do futuro. Essa visão não é apenas uma aspiração, é uma necessidade para garantir a sustentabilidade e o bem-estar das futuras gerações. Os novos líderes têm nas mãos a responsabilidade e o poder de moldar cidades mais humanas, eficientes e inclusivas.
Que o futuro seja marcado por governos que liderem com inteligência, transformem pela inovação e entreguem resultados reais para todos nós, cidadãos.