As instituições de saúde de Passo Fundo investem cada vez mais em tecnologia aplicada a medicina. Neste mês um novo robô passou a ser utilizado para realização de cirurgias de alta complexidade. O "Sistema Robótico Da Vinci X", como é chamado, é capaz de realizar operações em diversas áreas do corpo. Desde a cabeça até cirurgia colorretal.
Em Passo Fundo este robô foi usado pela primeira vez na quarta-feira (8), no Hospital de Clínicas, mas fora do país o sistema já é consagrado. São mais de dez milhões de cirurgias realizadas no mundo utilizando o Da Vinci X.
No interior do Estado o primeiro paciente foi um morador de Ibiaçá, Airton Pistore, de 58 anos. Ele passou por uma cirurgia de próstata sem medo, depois que o médico explicou os benefícios da operação com o robô e a recuperação.
— Me disseram que era mais seguro e a recuperação era tranquila. Não me arrependo em hipótese nenhuma, já estou caminhando e fazendo exercício. Estou tranquilo.
Em entrevista à GZH Passo Fundo, Airton brincou que já se sentia pronto para voltar para casa apenas um dia depois da operação. Tanto é que seu médico precisou dizer para ir "um passo de cada vez" e aguardar alguns dias para retomar as atividades normais.
Recuperação
A vontade de querer ter alta no dia seguinte não é incomum para pacientes que passam por cirurgia robótica. Os procedimentos têm alta precisão e, por isso, realiza um corte menor. Consequentemente, a pessoa perde menos sangue, reduzindo a necessidade de transfusão. A cicatrização também é mais rápida.
O médico urologista, Marcelo Pimentel, aponta características positivas na recuperação na cirurgia robótica.
— Menor dor no pós operatório, recuperação mais rápida para atividades habituais do paciente, menor chances de precisar de transfusão de sangue, menor risco de infecção. O paciente fica menos tempo internado no hospital com a cirurgia robótica.
Depois da cirurgia Airton já conta os dias para poder voltar a fazer suas corridas. No dia seguinte ele já estava realizando exercícios de fisioterapia e caminhando. Já inclusive faz planos para que em 2024 possa ajudar a carregar a imagem de Nossa Senhora Consoladora, padroeira de Ibiaçá.
O Da Vinci X
O equipamento está em sua quarta geração de desenvolvimento. Ele conta com quatro braços robóticos que executam com alta precisão os movimentos ordenados pelo cirurgião.
Além disso, o Da Vinci X conta com câmera de alta definição que permite à equipe ver em 3D o local do procedimento.
Treinamentos para utilizar o equipamento
Para que um médico possa utilizar o Sistema Robótico Da Vinci X, são necessárias horas de treinamento. O equipamento trabalha com ferramentas de ponta para realizar cirurgias complexas. Pimentel foi um dos profissionais que passou por um curso para dominar o robô.
Segundo ele, inicialmente o médico passa por aulas teóricas. Depois, em um segundo momento, acontecem exercícios em simuladores de cirurgia e movimento. Em seguida, o cirurgião começa a acompanhar outro profissional para ver e auxiliar as operações com o Da Vinci X.
O último passo para concluir essa etapa de aprendizado é a cirurgia. O médico utiliza o robô, mas tem supervisão de outro cirurgião que já tenha ampla experiência no uso da máquina. Desta forma, se garante a segurança do paciente e do próprio profissional.
Equipe para realização da cirurgia
Embora o Da Vinci X seja uma máquina de quarta geração, ou seja, de alta tecnologia e com vasta capacidade de operação, uma cirurgia com ele precisa de uma equipe.
No caso da cirurgia de próstata de Airton, além de Marcelo Pimentel, outros sete médicos participaram do processo. Urologistas de Passo Fundo e Porto Alegre, além de dois anestesistas.
Equipamento atua em diversas áreas
A cirurgia que o Airton passou é apenas um dos procedimentos que o Da Vinci X pode realizar. De acordo com especificações do fabricante, o robô é capaz de atuar em várias áreas da cirurgia como a geral, digestiva, oncológica, torácica, ginecológica, urológica e em regiões como cabeça e pescoço especificamente.
Medicina e tecnologia em Passo Fundo
Passo Fundo é considerado um polo da saúde. Isso acontece por diversos fatores. Desde especialistas em diversas áreas até o forte investimento na tecnologia voltada a medicina.
—É uma tecnologia comparável aos maiores centros cirúrgicos do mundo. Não há menor dúvida disso. Isso reafirma Passo Fundo como um polo estadual de saúde— aponta Pimentel.
Para ele, a cirurgia robótica não é mais o futuro, mas sim o presente. A ciência e a medicina andam juntas para obter tecnologias que possam auxiliar em procedimentos mais complexos e com cada vez menos riscos aos pacientes.
Os investimentos na tecnologia e treinamentos refletem na percepção dos pacientes. Airton chegou para sua cirurgia sem receio, estava tranquilo depois de conhecer o aparato que estaria presente na operação.
— Eu me tranquilizei, até a pressão estava normal. Eu vim bem tranquilo — conta.
GZH Passo Fundo
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