Um apaixonado pelo Sport Clube Gaúcho: é difícil encontrar alguém que não use essas palavras para definir Gilmar Rosso, ex-presidente do clube que morreu na manhã desta sexta-feira (19), em Passo Fundo.
Rosso foi encontrado sem vida por familiares em sua casa. A causa da morte não foi confirmada até a publicação da reportagem.
Professor de História rede pública estadual, Rosso foi empresário e atuou por anos no setor de medicamentos hospitalares. Mas foi ao lado do Gaúcho que ganhou notoriedade na comunidade passo-fundense.
A frente do clube de 2010 a 2018, se tornou um dos responsáveis por uma grande mudança da instituição. Dárcio Palma, sobrinho de Gilmar e vice-presidente do alviverde durante a sua gestão, recorda quando o tio teve a ideia de assumir o comando do Gaúcho.
— No final de 2009, eu recebi uma ligação dele. Me disse que iria fazer uma loucura e que queria saber se eu estava junto, se eu apoiava ele. Ele falou: “nós vamos reativar o Gaúcho” — lembra.
Quando assumiu a gestão, o Gaúcho estava em crise financeira e o futebol estava parado. No primeiro ano, reativou o departamento de futebol e o clube mandou os seus jogos em Marau, por não ter estádio na época.
Ao mesmo tempo, montou uma equipe jurídica para tentar reaver parte do patrimônio do clube e negociar a venda do Estádio Wolmar Salton para diminuir as dívidas da instituição. Depois, pleiteou junto à prefeitura de Passo Fundo a construção de um novo estádio. Em 2016, inaugurou a Arena do Gaúcho, onde o time manda os seus jogos até hoje.
— Ele foi um apaixonado pelo Gaúcho, essa paixão o Gilmar herdou do pai dele, seu Armando Rosso. Ele sempre contava que o pai o levava quando criança nos jogos do Gaúcho, ali no Womar Salton — contou Dárcio.
Luciano Azevedo, atual presidente do Sport Clube Gaúcho, afirma que Gilmar teve grande importância na história do clube centenário.
— Ele foi um presidente histórico do Gaúcho. Foi um dos maiores dirigentes da história do Gaúcho. Em mais de cem anos, deixou o seu nome marcado na história do clube e na memória da torcida — destacou.
Não deixou de ser presente
Depois de deixar a presidência do Gaúcho, Gilmar se afastou da diretoria, mas não deixou de ser uma figura presente nos jogos do time. Nos últimos jogos do alviverde na Divisão de Acesso 2024, era possível encontrá-lo nas arquibancadas com uma jaqueta do clube e apoiando os jogadores.
— Ele ficava sempre ali perto do guarda-corpo, sempre tentando dar apoio para o clube e para os jogadores — disse o sobrinho.
— Na última conversa que tive com o Gilmar, ele disse que se sentia com o dever cumprido com relação ao Gaúcho. Quando a gente estava na diretoria, ele dizia que chegaria o nosso momento que voltaríamos para a arquibancada. E aconteceu. Estávamos sendo apenas torcedores — completou Dárcio.
Gilmar deixa a esposa Roselma e os filhos Pablo e Lara, além de uma neta. O velório acontece na Sala Cristal do Memorial Vera Cruz, a partir das 17h. A missa de corpo presente deve ser às 11h de sábado (20), com sepultamento no Cemitério São Roque.