Final do destino. Depois de 36 dias pedalando, Carlos Samojedem e Jorge Psidonik chegaram em Cusco, no Peru. Os ciclistas saíram de Erechim no dia 26 de agosto, percorrendo mais de 3.600 quilômetros até a cidade peruana, quando cruzaram a fronteira no último sábado (29). Neste final de semana, eles retornam à Capital da Amizade.
Dos 36 dias de aventura, 34 deles foram pedalando. No total, 3.613 quilômetros desde que saíram de Erechim, percorrendo países como Argentina e Bolívia até chegar em Cusco, no Peru.
Entretanto, o objetivo final era conhecer Machu Picchu, antiga cidade inca localizada no alto da Cordilheira dos Andes. Para isso, Carlos e Jorge pegaram uma van até lá e chegaram na última terça-feira (3).
— Gastamos três dias. Um para ir, um para conhecer e outro para voltar. Nós fomos de van, porque dá mais de 200 quilômetros numa estrada bem complicada. É um caminho muito sinuoso, muita curva, não tem como chegar de bicicleta até lá, somente de trem ou a pé. Então, optamos por ir de van e caminhar mais 12 quilômetros — disse Jorge.
Como foi o percurso
Nos 36 dias de aventura, Carlos e Jorge enfrentaram algumas dificuldades, como a altitude, alimentação, frio e pousadas sem estrutura. Mas nada abalou os ciclistas, que fizeram uma média de 106 quilômetros por dia.
— Nós não furamos o pneu e nem estragou a bicicleta. O maior desafio foi vencer o cansaço, a falta de ar na altitude e o vento que tinha todas às tardes, pois estávamos do lado contrário. Às vezes encontramos pousadas sem banheiro, sem poder tomar banho e fazer a devida higiene, mas não tínhamos outra alternativa — comentou Jorge.
De maneira geral, os ciclistas avaliaram como positiva essa aventura. Foram muitos pontos turísticos conhecidos, assim como culturas. Mas, além disso, contaram com a solidariedade de muitas pessoas.
— A viagem foi extraordinária. Vai ficar marcada para sempre em nossas vidas, cada detalhe, cada dia, desafio vencido, cidade chegada e pessoas encontradas. No caminho, tivemos muita solidariedade das pessoas que quiseram nos acolher, ajudar, indicar percurso, oferecer suas casas e alimentação. Ainda, algumas nos enviaram pix para ajudar nos gastos. Então, tudo isso foi muito bacana — pontuou Jorge, que complementou:
— Vivemos uma imersão da cultura latino-americana. Conhecemos a realidade de outros povos, dia a dia de trabalho, maneira de vestir, alimentar, conversar e, principalmente, a zona rural da Bolívia, que ainda é muito tradicional. Muito trabalho manual.
Retorno
Carlos e Jorge retornam para Erechim neste sábado (7), após 45 dias longe da família. Eles saem de Cusco, fazem escala em Lima, São Paulo e chegam a Chapecó, onde pegam um carro até Erechim.
— Já estamos com as bicicletas na caixa. Na quinta-feira (5), passamos o dia procurando material para podermos empacotar elas para, no sábado de manhã, embarcarmos. No domingo cedo devemos estar chegando em Erechim — concluiu Jorge.