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No sábado (26), dois ciclistas de Erechim iniciaram uma longa jornada: eles vão pedalar mais de 3,5 mil quilômetros até a cidade de Cusco, no Peru. Ao todo, Carlos Samojeden e Jorge Psidonik devem levar até 45 dias para chegar ao destino final.
A ideia de se aventurar até o Peru surgiu de Carlos, após ler um livro do navegador brasileiro Amyr Klink, que conta a história de quando remou cerca de 7 mil km de Lüderitz, na costa da Namíbia até o litoral da Bahia em 100 dias.
Ele comentou que imaginou tanto essa cena, que resolveu fazer algo parecido. Depois de um tempo, decidiu que seria de bicicleta. Para isso, escolheu Jorge para acompanhá-lo, já que foi o amigo que lhe apresentou o mundo do ciclismo.
— A bicicleta permite que toda vez que você sai de casa conheça uma estrada nova, pessoas novas e desafios diferentes. É uma forma de quebrar o cotidiano — disse Carlos.
Preparação começou há seis anos
A preparação para essa longa aventura começou há seis anos. Em abril de 2017 saíram de Erechim e foram até Salto do Yucumã, em Derrubadas. Ainda, fizeram outras viagens até Bento Gonçalves, Torres e Viaduto 13, em Vespasiano Corrêa.
Em 2022, como teste maior, os ciclistas pedalaram 1.060 km da capital da amizade até Laguna, cidade litorânea de Santa Catarina. Na oportunidade, fizeram o trajeto em 11 dias.
A ideia de ir até o Peru vem de anos, antes mesmo da pandemia. Eles sempre quiseram visitar o Machu Picchu, antiga cidade inca localizada no alto da Cordilheira dos Andes.
— Agora é uma outra realidade, pois estaremos muito longe de casa, passando por outros países, sofrendo com as mudanças climáticas e de altitude. Uma nova aventura com desafios diferentes dos anteriores, que eram no litoral e no verão. Na Bolívia, são quase quatro mil metros de altitude — comentou.
Meta é pedalar 100 km por dia
O objetivo de Carlos e Jorge é pedalar cerca de 100 km por dia, média já feita por eles até Santa Catarina. A diferença é que, agora, vão pedalar nas Cordilheiras dos Andes e não sabem ao certo como o corpo vai responder fisicamente, além da alimentação que será diferente. Os ciclistas já estão com as passagens aéreas compradas para chegar de volta a Erechim no dia 9 de outubro.
— Tudo isso será um desafio para saber como o nosso corpo vai resistir as adversidades climáticas e de altitude, mas isso iremos saber a cada dia que será percorrido — disse Carlos.
Entretanto, mesmo com as adversidades, Carlos e Jorge contam com a solidariedade das pessoas que encontram durante o percurso. Por mais que os ciclistas tenham se organizado anteriormente com estadia e alimentação, em cinco dias de estrada já receberam suporte dos que simpatizam com a história.
— Durante esses dias que estamos na estrada, já recebemos estadia de dois amigos que ficaram sabendo da nossa história, em Santa Rosa e Porto Xavier. Na estrada, o pessoal para e conversa com nós. Aqui na Argentina, um senhor, padeiro, nos chamou e nos deu uma medialuna, comida típica daqui, porque a filha dele já foi mochileira e ele ficaria feliz em compartilhar — finaliza Jorge.