A aula de Educação Física da turma da sétima série da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Benoni Rosado, na segunda-feira (20) pela manhã, foi finalizada com atendimento da ambulância dos bombeiros na rua Fernando Ferrari, no bairro São José, em Passo Fundo.
Isso porque uma estudante de 12 anos caiu durante a atividade física, que acontecia na rua da escola, e acabou luxando a patela do joelho. Ela foi encaminhada para o Hospital de Clínicas de Passo Fundo para a realização de exames.
— Ela estava correndo, brincando. Acontece que ela tropeçou, acabou caindo e luxou a patela. Agora ela está bem, imobilizada com a tala — afirma a mãe, Franciele Lehr. A estudante segue em recuperação e deve permanecer com a imobilização por 15 dias.
A fatalidade com a adolescente reforçou uma discussão de meses na escola: a necessidade de um espaço para a prática da Educação Física. A escola já deveria estar com uma quadra coberta pronta para o exercício das aulas, mas dois processos licitatórios travaram por abandono da empresa vencedora.
Em paralelo ao entrave, a escola realiza atividades de Educação Física e Psicomotricidade em uma rua nas proximidades da instituição.
— Eles (alunos) não querem fazer atividade dentro da sala de aula, querem espaço, extravasar. Então, nós fechamos a rua, colocamos cones, sinalizamos. Ali é um e local que não tem muito movimento. Alguns pais aceitam, outros não. Entendemos e priorizamos a segurança dos estudantes — afirma a diretora da Escola Benoni Rosado, Noemi Werlang.
Um abaixo-assinado com mais de cem rubricas de pais e moradores do bairro São José foi entregue à prefeitura de Passo Fundo na segunda-feira (20). O movimento, liderado pelo representante de pais, Everton Antônio do Nascimento, iniciou em fevereiro, no retorno às aulas.
— Faz dois anos que não tem um espaço físico para eles (alunos). Era para estar pronto na metade de 2022. Precisamos de alguma resposta mais rápida do ginásio — afirma o pai de uma estudante da terceira série, de oito anos.
Nascimento diz que a preocupação com o caso é constante. Em alguns períodos, os alunos também já utilizaram um campo de futebol no bairro da escola, emprestado por um clube.
— A gente pensa nela, mas também pensa em todos os estudantes. Eles também já foram em um campo, que é um pouco mais longe. Mas estão na rua, fazem o caminho, então é perigoso também — aponta o pai.
Obra da quadra coberta está atrasada
Na frente da escola, uma placa informa a construção da quadra coberta com vestiário, que tinha previsão de ser entregue em maio de 2022 e ainda não foi finalizada.
A obra passou por dois processos licitatórios e por duas desistências das empresas vencedoras. A construção começou em 2020, mas foi abandonada pela primeira empresa em janeiro de 2021. Após um novo processo licitatório, foi retomada em junho de 2021.
A nova empresa abandonou a obra no segundo semestre de 2022, com alegação da oscilação dos preços dos materiais de construção durante a pandemia, o que inviabilizaria a sequência das obras.
— A realidade é que as empresas abandonaram a obra e o processo burocrático é demorado. Os pais fizeram esse movimento com abaixo-assinado para cobrar. Nós seguimos aguardando uma resposta — completa a diretora Noemi Werlang.
Atualmente, o caso está em fase de novo processo licitatório, de acordo com o secretário de Educação de Passo Fundo, Adriano Canabarro Teixeira.
— Está em fase de publicação através da Coordenadoria de Licitações e Contratos. É esperada a retomada das obras assim que forem concluídos os trâmites deste novo processo licitatório — declara o secretário.
A obra prevê uma quadra coberta com banheiros e vestiários, além de uma passarela que faria a ligação da escola até o espaço. De acordo com a pasta, as caixas de água da escola necessitam de substituição.
No projeto, está prevista a instalação de uma torre pré-moldada com caixa de água de 15 mil litros. O investimento é de R$ 718.260,59, oriundos de verbas do governo federal e do município.
GZH Passo Fundo
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