O caminho para o desenvolvimento econômico sustentável e perene e para a geração de empregos é tortuoso, cheio de percalços e, por isso, requer passos firmes e constantes. O progresso não se faz por surtos de crescimento, popularmente conhecidos como voos de galinha, mas pela persistência na construção de bases racionais que tornem a jornada da prosperidade possível. O Rio Grande do Sul, o Brasil e o mundo vivem, nestes dias, um período repleto de incertezas causadas pela crise sanitária, mas isso não significa que se deva relegar a um segundo plano a elaboração de estratégias que possam mirar o pós-pandemia.
É o que faz agora o Estado, por meio de um pacote de projetos aprovado na Assembleia Legislativa e sancionado nesta semana pelo Palácio Piratini
É o que faz agora o Estado, por meio de uma série de projetos aprovados na Assembleia Legislativa e sancionados nesta semana pelo Palácio Piratini, que pretende preparar o terreno para atrair novos investimentos, criar um ambiente mais amigável para os negócios e incentivar a inovação em setores emergentes e tradicionais. Não se trata de tentar medir o impacto nos próximos anos no PIB ou na geração de vagas de trabalho, mas de apenas reconhecer que são iniciativas como estas, ao longo do tempo, que possibilitam aos gaúchos ter a perspectiva de um futuro melhor.
Fazem parte deste conjunto de medidas a busca por desburocratizar o Fundopem, o incentivo à instalação de empreendimentos nos diversos distritos industriais espalhados pelo Rio Grande do Sul, benefícios fiscais a determinados setores, incentivo ao segmento de etanol e uma participação mais robusta do Banco Regional de Desenvolvimento Econômico do Extremo Sul (BRDE) no financiamento a projetos. Assim, o pacote consegue conciliar o estímulo à inovação e o apoio a setores que há décadas compõem a base econômica do Estado, com atenção especial à sustentabilidade, um atributo cada vez mais levado em consideração tanto por investidores quanto por consumidores em todo o mundo.
Um dos pontos que merecem especial crédito é a Lei Gaúcha de Inovação, que simplifica trâmites de iniciativas e de parcerias apoiadas em tecnologia. Mais do que fiscalização e normatização de processos, a iniciativa foca nos resultados, eliminando entraves e estimulando as cooperações necessárias para o fomento do desenvolvimento dos ecossistemas de inovação. Neste contexto, a adoção de mecanismos legais que dão maior agilidade à pesquisa, por exemplo, é um passo basilar e significativo, dado pelo governo estadual e pela sua Secretaria de Inovação, liderada pelo professor e pesquisador Luís Lamb. Mesmo diante da emergência da saúde e em um Estado ainda pressionado por deficiências estruturais e dificuldades fiscais, deve ser saudado o fato de o Rio Grande do Sul ganhar uma série de medidas que, unidas, se somam para produzir uma visão coerente de busca pelo desenvolvimento.