Por Michel Gralha, advogado
O isolamento social tem sido a prática de grande parte da população do RS. Ficar em casa não é uma tarefa fácil, pelo contrário, requer persistência emocional e um senso de sociedade apurado. Exceções à parte e não entrando no debate se é a melhor conduta ou não, os cidadãos vêm cumprindo com as orientações do governo. Por aqui, os números de infectados e mortos pelo coronavírus são mais controlados do que no resto do Brasil e animadores para a volta à suposta “rotina”.
Mas voltar também não será fácil. Depois do bombardeio de informações que recebemos e que ainda chega até nós, ir à esquina buscar pão virou um desafio de guerra. Máscara, olhos protegidos e distância das pessoas. Se alguém chega a espirrar, bem, aí é uma correria. Estamos no “novo normal”, como dizem os especialistas ou aqueles que acham que entendem de comportamento. Enfim, tudo isto é esperado. Porém, minha atual dúvida é sobre a volta da economia. Como será o nosso retorno? Como será a retomada dos negócios? Já se fala em trauma da vida “livre” e temos que ter muita atenção para este fenômeno.
Passada ou diminuída a pandemia, será necessário voltar aos poucos para iniciarmos a recuperação. Assim como ajudamos na saúde, teremos que fazer o mesmo pelas pessoas e negócios que sofreram as consequências diretas do isolamento. Não serão poucas empresas fechadas e pessoas desempregadas. Isto é um fato! Por mais que apoiemos as medidas para contenção do vírus, teremos consequências duras para o mercado e para os empregos. Não tem como dissociar, infelizmente!
Gostaria muito de acreditar que tudo fechado não traria consequências drásticas. Mas isto não é verdade. Para aqueles que precisam do fluxo de pessoas, estamos vivendo o caos. No atual momento do Estado, que apresenta baixo número de óbitos e situação controlada dos leitos de UTI, devemos reagir com os devidos cuidados. Precisamos pensar em voltar. Com segurança, mas voltar. Caso contrário, não encontraremos mais nada pelo caminho.