No momento em que mais e mais prefeituras flexibilizam as restrições para circulação e abertura de negócios, é hora de se parar para um alerta e uma reflexão que podem salvar muitas vidas. A liberalização de atividades não é um salvo-conduto para o relaxamento das medidas de proteção. Ao contrário, é agora que todos os gaúchos e gaúchas passam a ser convocados a exercer a máxima responsabilidade consigo mesmos e com os outros com quem convivemos neste Estado. Agora é a hora de distinguirmos quem age de forma consequente na prática, com medidas concretas e efetivas destinadas a proteger a todos – da sua família aos anônimos que saem às ruas e que compartilham calçadas, condomínios, transporte público, comércio, escritórios, fábricas, canteiros de obras, repartições e tantos outros locais de convivência.
Se formos bem-sucedidos em preservar o distanciamento social e atender às orientações dos especialistas, as estatísticas da doença no RS se manterão em um nível administrável
Com esse chamado à consciência de cada cidadão e cidadã, o Grupo RBS está lançando uma nova etapa de sua campanha de conscientização sobre o coronavírus. O slogan "Responsabilidade é esperança" sintetiza o caminho que escolheremos para o nosso futuro. Mais responsabilidade significa adotar por conta própria cuidados básicos, como usar máscara sempre que sair à rua, evitar aglomerações e lavar as mãos. Responsabilidade é o exercício pleno da cidadania. Aplicada com disciplina por todos, dispensaria a imposição de exigências sobre os cidadãos pelas autoridades públicas, uma vez que vigoraria em cada indivíduo a maior das autoridades – a sua própria consciência.
Se formos bem-sucedidos em preservar o distanciamento social e atender às orientações dos especialistas, as estatísticas da doença no Rio Grande do Sul se manterão em um nível administrável. A cada pequena melhora, mais e mais atividades poderão ser flexibilizadas, em um círculo virtuoso que pode nos devolver à normalidade. Essa é a esperança. No entanto, caso não se controlem comportamentos condenáveis e irresponsáveis – como sair à rua sem máscara –, a tendência é de que também o Rio Grande do Sul ingresse em uma escalada vertiginosa da doença, obrigando a renovação de medidas restritivas, em um retrocesso que significará um golpe ainda mais duro nas expectativas coletivas, na economia, no emprego e na renda de todos os gaúchos.
Inexiste sistema de vigilância no planeta capaz de detectar se os cuidados básicos, como uso de máscara e lavar as mãos, estão sendo mantidos em todas as ocasiões. Apenas a responsabilidade individual, inclusive ao orientar quem burla as normas sociais em uma emergência, é capaz de assegurar que teremos uma chance de sucesso. Por sua tradição e formação, o Rio Grande do Sul vem dando mostras de que pode vencer essa guerra sem sacrifícios adicionais. Há um plano coerente em nível estadual, diálogo entre poderes e sociedade e, sobretudo, bom senso. Mas a responsabilidade é de todos. Não podemos desperdiçar essa oportunidade de voltarmos pouco a pouco ao normal. Essa é a nossa esperança.