O governo Jair Bolsonaro tem se notabilizado por jogar ideias no ar, esperar pela repercussão, sobretudo a partir do ângulo das redes sociais, e depois avançar ou não com a proposta. As duas mais recentes são a criação do Ministério da Segurança, desmembrado da atual pasta da Justiça, e o chamado imposto do pecado, que incidiria sobre bebidas, cigarros e doces. São, por sinal, duas iniciativas enviesadas. A primeira, por ter como alvo esvaziar politicamente um possível adversário de Bolsonaro em 2022, na contramão da promessa de redução de ministérios. A segunda, por contrariar frontalmente os princípios liberais da própria equipe econômica, considerado o abuso da dosagem de impostos aplicados sobre o povo brasileiro. A ideia também revela desconhecimento sobre uma questão básica em relação aos cigarros: mais impostos não têm o poder de reduzir o consumo, e sim de aumentar o contrabando, desviando recursos que deveriam ir para os cofres brasileiros e alimentando uma cadeia criminosa.