Por Leonardo Pascoal, prefeito de Esteio e secretário Municipal de Educação
Os dados do Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes) mostram, mais uma vez, a ineficiência do sistema educacional brasileiro. O país caiu nos rankings de matemática e ciências e permaneceu estagnado em leitura. Em todos figuramos entre as 20 piores colocações.
Há quem vá dizer que isso é consequência da falta de investimento na educação. Isso não é verdade. Gastamos nesta área, em termos do PIB, mais do que a média dos países membros da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
Contudo, apesar dos recorrentes resultados negativos neste segmento, temos nele um dos mais refratários a mudanças. Insistimos em premissas erradas, em métodos ultrapassados e romantizamos algo que deveria ser encarado de forma séria e profissional.
A educação desempenha um papel estratégico para o desenvolvimento de qualquer nação, pois é a partir dela que se produz conhecimento e, por consequência, inovação e riqueza. No Brasil, no entanto, governo e sociedade a negligenciam, especialmente porque as mudanças nesta área se mostram custosas e seus resultados aparecem apenas no longo prazo.
Com isso, não conseguimos garantir questões básicas, como acesso e permanência em sala de aula. A qualidade, então, é algo ainda mais distante. Temos uma baixa qualificação docente, fruto da falta de atratividade da carreira, pouco tempo de estudo dos alunos, gestão deficiente e descontinuidade e carência de avaliação das políticas públicas.
Sob a aura divina que envolve a educação, muitos se negam a observar o que os indicadores nos mostram. Baixas taxas de rendimento, altos índices de evasão escolar e de distorção idade-série, tempo de escolarização aquém do necessário e reduzidos percentuais de conclusão são alguns dos muitos problemas que temos.
O que sobra são posturas ideológicas e discursos populistas e vazios. Enquanto isso há uma infinidade de alunos aprendendo pouco ou quase nada, e que não veem mais a educação como solução para melhorar sua qualidade de vida. As consequências sociais são visíveis. É preciso coragem para enfrentar este cenário. A educação não pode mais esperar!