Por Tenente-Coronel Zucco, deputado estadual (PSL)
Ao ler ZH, deparei com um título absurdo ( ZH, 7 e 8/ 12)! A princípio, achei que a entrevista se baseasse na opinião de um jovem bisonho.
Contudo, me surpreendi ao identificar um “doutor em Relações Internacionais” que afirma: “soldados a serviço da ONU não respeitam as convenções de Genebra, o direito da guerra e o direito humanitário”.
Confundir um mandato no escopo do Capítulo VI ( solução pacífica de conflitos) da Carta da ONU com um conflito armado é um erro grave no Direito internacional.
Numa operação de manutenção da paz, caso do Haiti, todo marco jurídico é imposto pela conjuntura na qual as tropas serão empregadas.
Assim, o mandato da missão, as regras de engajamento e os acordos sobre o uso da força são preestabelecidos pela ONU e o país anfitrião, documentos que orientarão as tropas e consequências do seu emprego.
No Haiti, os militares estiveram sob três regramentos jurídicos internacionais ( SOFA, DARIO e CPIUN).
O digníssimo “ doutor” esteve no Haiti a serviço dos governos do PT algumas vezes.
Em 2006, a mando do condenado Lula, defendeu pessoalmente a permanência das tropas, afirmando: “é a única maneira de evitar uma guerra civil e a tomada pelo poder dos golpistas”.
Ou seja, falta coerência.
Ele se confunde ou age de maneira mal-intencionada ou apenas deseja vender livros.
Não contestarei os dados citados sobre a cólera, pois não é objetivo.
Sugiro que se informe sobre os surtos no Iêmen e em Ruanda ( 1994).
Ainda, não vou dizer que ele está mentindo ao dizer que a ONU admitiu ser responsável pela epidemia.
Ban Ki Moon pediu desculpas não pela pandemia em si, mas pelo fato de a ONU não ter conseguido controlar a doença.
Se um militar do Nepal levou a cólera ao país ( não comprovado), por que agredir todo o contingente da missão? Respondo, má-fé ou ignorância! SE for verdade, que se peça uma indenização à ONU, organismo que alocou este soldado doente lá, não se tente criminalizar toda a missão.
Por fim, a missão enfrentou a violência e as gangues que existiam; promoveu a estabilização, evitando uma guerra civil; após o terremoto, socorreu quase 2 milhões de feridos e desabrigados, além de sepultar dezenas de milhares de vítimas; priorizou as mulheres e crianças nos momentos de crise, já que os homens vendiam o que recebiam; dentre outras ações.
Nos 13 anos no Haiti, poucos militares cometeram erros graves.
Graças a Deus, nenhum deles brasileiro.
Pátria, dever e honra!