Por Gabriela Ferreira, líder de Impacto Social no Tecnopuc e diretora técnica da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec)
Neste mês, 15 dias antes da abertura do Climate Action Summit 2019, em Nova York, uma obra artística inovadora foi aberta ao público na Áustria: For Forest – The Unending Attraction of Nature (Floresta: a atração interminável da natureza, em tradução livre). Na instalação, o campo de um estádio de futebol foi preenchido com 300 árvores de floresta típica da Europa Central. O projeto temporário, concebido pelo artista Klaus Littmann, teve origem em um desenho de outro artista, Max Peintner, realizado 30 anos atrás. A transformação de uma distopia (algo anômalo, que está fora de lugar) em realidade teve por objetivo chamar a atenção para o impacto das mudanças climáticas no planeta. A ideia do artista é refletir se, em algum momento do futuro, florestas serão encontradas apenas em lugares de exposição, como já acontece hoje com animais em zoológicos.
Um dia antes do início da cúpula do clima, bancos que somam o equivalente a um terço da indústria financeira global, assinaram os novos princípios de responsabilidade bancária da ONU. Esse é um importante impulso à ação climática e uma migração para modelos de crescimento econômico sustentável. Com isso, os bancos se comprometem a ampliar a escala de suas contribuições para o alcance das agendas do Acordo de Paris para o Clima e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
No primeiro dia da Cúpula de Desenvolvimento Sustentável do Fórum Econômico Mundial foram anunciados os premiados de 2019 pela Fundação Schwab para o Empreendedorismo Social. Os 40 inovadores sociais que impulsionam mudanças para transformar a sociedade foram apresentados como "um novo ecossistema de líderes". Entre essas lideranças estão três brasileiros, dois empreendedores e um filósofo, que receberam o prêmio em reconhecimento à sua abordagem inovadora e potencial de impacto global.
Esta semana os olhos (e ouvidos) do mundo estão voltados para o que as nações, reunidas em Nova York, vão decidir sobre a questão climática. As notícias citadas, mais do que nos fazer refletir, nos demandam um posicionamento. Vamos encarar a realidade de frente, fazer a nossa parte, usar todos os recursos que temos para melhorar o planeta e garantir nossa sobrevivência? Ou vamos aguardar que alguém construa museus e nos mostre como a vida na Terra poderia ter sido?