Base importante da economia gaúcha, o agronegócio segue alavancando o setor produtivo no Rio Grande do Sul, ainda que, repetidas vezes, deixe de contar com a atenção merecida. A ministra Tereza Cristina, da Agricultura, acaba de confirmar a abertura do mercado mexicano para o arroz brasileiro, em boa parte produzido no Estado. E representantes das concessionárias e das distribuidoras de veículos atribuem justamente ao bom desempenho do agronegócio a recuperação registrada no Estado, de janeiro a abril deste ano, no total de emplacamentos de automóveis de passeio e comerciais leves zero-quilômetro, em relação a igual período de 2018.
Mesmo às voltas com uma crise fiscal de proporções inéditas, o Estado não pode se descuidar da atividade primária
No caso da orizicultura, as perspectivas que se abrem são promissoras. O México importa cerca de 800 mil toneladas anuais. Embora as aquisições do produto brasileiro devam ocorrer inicialmente em pequeno volume, há chances de ampliá-las gradativamente, desde que, em contrapartida, o país se disponha a comprar feijão mexicano. A conquista, aguardada há alguns anos, vai contribuir para reduzir pressões de oferta e assegurar maior rentabilidade a essa importante atividade do Estado.
A reação no número de emplacamento de veículos no Rio Grande do Sul, por sua vez, reafirma o quanto os resultados da safra de verão costumam impactar favoravelmente não apenas a atividade primária, mas toda a economia gaúcha. Os resultados do agronegócio influenciam a indústria de transformação de maneira geral e, particularmente, o segmento metalmecânico, que tem participação expressiva no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e gaúcho. Daí a importância de o setor primário receber sempre o máximo de atenção. Sem prejuízo de novas vocações, nas quais tem que apostar ainda mais, o Rio Grande do Sul precisa se manter sempre atento ao campo, buscando acima de tudo ganhos de produtividade.
Quando as dificuldades se aprofundam no país, interferindo também no desempenho da economia gaúcha, a atividade primária acaba, de maneira geral, contribuindo para atenuá-la. Mesmo às voltas com uma crise fiscal de proporções inéditas, o Estado não pode se descuidar da atividade primária. O Rio Grande do Sul precisa investir cada vez mais em tecnologias, que contribuam para reduzir a dependência do agronegócio aos fatores climáticos, e em ganhos crescentes de produtividade, que tornem sua produção mais competitiva.