Por Ricardo Felizzola, CEO do Grupo PARIT S/A
Nesta coluna, procuro evitar a simples análise crítica de personalidades, organizações ou sistemas sem a busca de um propósito conclusivo em que eu possa apresentar soluções baseadas no meu ponto de vista, numa contribuição influenciada por experiência própria ou por conhecimento de referências. Acho que este espaço não se valoriza só por críticas e, sim, por contribuições dentro dos meus limites. Na assunção do novo governo, frisei aqui meu entusiasmo e ponderei sobre meu otimismo.
Recentemente, numa faxina caseira, me desfazendo de uma antiga e superada coleção da revista The Economist, mirei uma capa, a de outubro de 2006, na qual estavam abraçados sorridentes os senhores Chavez e Lula. A manchete perguntava quem estaria liderando a América Latina? Lula iria para um segundo mandato, e o texto apontava os mesmos desafios de hoje para o Brasil: reformas, melhoria na educação básica e nos ridículos números globais comparativos que nos colocavam, como hoje, abaixo da maioria dos países com ambição em qualquer estatística. A história é testemunha do que aquela dupla conseguiu: terminar com a Venezuela e encaminhar o Brasil para uma situação ainda pior do que na época.
Passados 13 anos, sob nova direção, observou-se, na semana passada, o esforço do ministro Paulo Guedes para pacientemente explicar, num programa de televisão, soluções que podem levar o país para a prosperidade. Notória a dificuldade de compreensão dos entrevistadores. E por não entenderem as soluções, deixavam transparecer contrariedade, reação e confusão, entre o absurdo e o óbvio. E por que eles não entendem e, eventualmente, o próprio povo também não? Causas diversas. Mas a falta de conhecimento é a maior delas. O país precisa dar um salto cultural para avaliar o novo momento e buscar uma reciclagem em que se recupere o básico destruído por conceitos que simplesmente não funcionam. As redes sociais e os vários empreendimentos que ali se encontram são um espaço democrático para preencher este vácuo. O documentário sobre 1964, por exemplo, teve 1 milhão de assistências no primeiro dia em que ali foi liberado. É peça cultural para avaliação. Nas redes sociais, existe o que falta nos meios tradicionais de comunicação: abundância, disponibilidade e alta frequência das informações, o que aumenta nossa chance de conhecer mais e contribuir para a solução dos problemas de nosso país.