O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta terça-feira (17) que há "jabutis" na PEC da reforma da Previdência. Em entrevista ao programa Central GloboNews, ele disse que apresentou um texto exclusivamente técnico e outros artigos foram incluídos pelo time político do PSL.
No jargão adotado no Congresso, um tema sem pertinência com a matéria principal de um projeto costuma ser chamado de jabuti — alusão ao fato de que o animal não sobe em árvore sozinho, e se está lá é porque alguém colocou por algum motivo.
Guedes afirmou que o próprio Rogério Marinho, secretário de Previdência e Trabalho, incluiu medidas na PEC que ele não concordava. Sobre a desidratação da PEC e a consequente queda na economia que ela representaria, Guedes afirmou que o "mercado está errado".
— Conta cada um faz a sua. Vamos economizar mais de R$ 1 trilhão — disse. — Se vier uma reforma menor e uma economia de R$ 500 mil ou R$ 600 mil, vai ser uma reforma à la Temer — completou.
Guedes afirmou que se isso acontecer não haverá o sistema de capitalização e o problema da Previdência voltará no próximo governo.
Para o ministro, o "Brasil economicamente é um desastre e isso foi construído ao longo de 30 anos". Ele defende que, com a reforma, haverá retomada do crescimento.
— Com a reforma aprovada no primeiro semestre, de julho pra frente, (o país) já começa a crescer 3%.
Sobre a idade máxima de aposentadoria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), chamada de PEC da Bengala, Guedes afirmou que "pode ter sido um jabuti e que pode ser recuado".