Por Ricardo Felizzola, CEO do Grupo PARIT S/A
Interessante o comportamento de quem se decepcionou com o resultado da eleição presidencial. Alguns até, com notável soberba e talvez movidos por suas cores partidárias, negam o processo democrático e continuam inventando ameaças futuras mencionando uma resistência ao “ditador” eleito.
Venceu quem defendeu o básico, o óbvio. Valores como uma segurança que funcione, prestígio para a família, atenção para com a religião e a velha e básica honestidade. Além disso, um questionamento sério sobre o viés ideológico, algo que aflige países subdesenvolvidos passíveis de soluções “democráticas especiais” que se implantam aproveitando a ignorância popular.
Para todos os efeitos, venceu o candidato que encarnou a vontade do povo em alterar o processo político que aí está e que trouxe novidade ao comunicar-se prioritariamente pelas redes sociais de forma direta e simples. Ganhou quem inovou. Apesar da reação dos insatisfeitos, este novo governo aparece como uma grande oportunidade para todos nós. Apostar nas soluções liberais na economia, trabalhar forte na segurança e no combate à corrupção e alterar estruturas que se baseiam no conceito de um Estado ineficiente e paternalista buscando serviços melhores para as soluções públicas no setor privado é o que faz sentido agora. Um governo que invista na transversalidade necessária para uma melhor gestão, que é a real causa de simplificação dos ministérios, e numa governança fundamentada no óbvio em termos dos valores tão bem defendidos durante o pleito. É notório ainda o desapego pelo “toma lá da cá” para compor um time de ministros e isso é bom. Trata-se de uma forma nova de pensar que esteve afastada nos últimos 30 anos e que, agora, se impõe pelo voto demonstrando também uma certa maturidade das instituições. O que não funciona a gente rejeita, simples assim. Talvez falte conhecimento para chegar rápido ao que seria o sucesso na empreitada, a aceleração do desenvolvimento do país pelas forças dos indivíduos e não pela ação do Estado, mas com vontade e experimentação se aprende. Trata-se de um enorme desafio que tem combustível no entusiasmo de muita gente nova, inclusive eleita para o Congresso. Resta apenas desejar sorte ao nosso querido Brasil.