Por Ricardo Felizzola, CEO do Grupo Parit S/A
Mudança que destrói é produto de inovação que é fenômeno frequente por causa da internet. Aparece como uma avalanche, com tremendo valor, e pode acabar com os paradigmas de um mercado. Nossas eleições passam por isto. Os valores mudaram e surgiu o novo, antigos métodos ficaram para trás, perdendo reconhecimento. Dinheiro na campanha, tempo de TV, opinião de jornalista, discurso para gente paga para comparecer a frente do palanque e um enorme conjunto de técnicas antigas para convencer eleitor não valem mais. Aparece a intervenção direta do candidato e aliados falando e ouvindo respostas em vídeos e mensagens face a face. Assim, as redes sociais explodem de notícias. Circulam verdades e mentiras. Como sempre! Só que, antes, tudo vinha de uma única fonte, com o carimbo que tinha determinada credibilidade. Na Coreia do Norte, em Cuba, na Venezuela é, ainda, só assim e quem carimba é o governo. Lá, não há internet livre, então mentiras e verdades vêm de um só lugar. Aqui é diferente...
O alarde de quem vivia sozinho o ambiente de formar opiniões está chato, pois demonstra nervosismo pela mudança e perda de poder. Acabou o monopólio da comunicação e esta passa a ser absolutamente democrática, de cidadão para cidadão. É outro ambiente e a reação varia de acordo com a dor que cada um sente...
Reclama quem perde. O cidadão só ganha e aplica seus filtros onde lhe couber. Isto é liberdade. Falam que isto influi no resultado da eleição pelas mentiras que circulam. Acho que o que influi são as verdades que circulam e são elas que estão elegendo. São verdades como estas: nos últimos cinco anos, o consumo total do governo aumentou 4% e o das famílias brasileiras caiu 1%. Desde 2002, o salário no setor público cresceu 130% e, no privado, 110%. O Brasil tem 60 mil homicídios por ano, o que equivale à soma de outros 150 países no mundo. No Brasil, um parlamentar ganha 16 vezes mais do que a média do povo, enquanto na Espanha ganha 1,8. Nos Estados Unidos, existem 168 sindicatos e, no Brasil, 17.289. Na Nova Zelândia, gasta-se numa empresa 105 horas para garantir exigências tributárias, no Brasil, 2,6 mil horas. O Brasil está em 37° no ranking da educação mundial. A aposentadoria de um ex-presidente está em R$ 67 mil e a da dona Antonia, em R$ 965. Para pagar impostos, vão 41,4% do salário do brasileiro. São 30 anos de responsabilidade. Não são fake news.