Por Felipe Camozzato, vereador de Porto Alegre (Novo)
Primeiro tivemos a proibição dos canudos plásticos, chamada por mim em plenário de "lei de incentivo ao uso de copos plásticos" - já que foi esse o efeito prático nas cidades em que foi implementada a restrição. Agora, querem proibir os copos plásticos em Porto Alegre.
Como a medida é meramente publicitária e obviamente não resolverá o problema da poluição, me pergunto quem será o primeiro vereador a propor a proibição dos produtos feitos a partir de petróleo. Vou além: se quisermos resolver mesmo o problema da poluição, deveríamos proibir seres humanos de habitarem Porto Alegre. Esses sim são os verdadeiros responsáveis por toda e qualquer poluição, e não apenas a que resulta do descarte de resíduos plásticos. Isso não faz sentido? Por isso acredito que a proibição da comercialização de canudos ou copos plásticos não é viável. Chega de legislação de intenção! Leis devem ser vistas sob a perspectiva das consequências que geram, não das intenções declaradas das pessoas que as propõem.
Utilizado há mais de 50 anos para diferentes fins, o plástico gerou inúmeras facilidades para a humanidade, desde o desenvolvimento de embalagens, peças de automóveis e impressões em três dimensões. Neste sentido, cabe ressaltar que o material é 100% reciclável, portanto a preocupação do poder público deve se voltar para o descarte correto dos materiais, ações de educação ambiental e conscientização da sociedade, mas não na proibição.
Proibir a circulação de canudos plásticos aumenta o consumo de copos plásticos. Proibir a circulação de copos plásticos aumentará o uso de garrafas pet ou o número de casos de doenças em função do hábito de beber direto das latas. E por aí vai. Apenas parem de proibir! Puna-se quem polui.