Por Beatriz Pitrofski, relações públicas e voluntária de proteção animal
"Proibido cães na praia"; quem veraneia no litoral gaúcho certamente já deparou com esta placa. Ao mesmo tempo, quem nunca se divertiu vendo um dono brincando com seu cão no mar, jogando a bolinha para que ele busque? Precisamos rever e balancear até que ponto a presença de pets na areia impacta nosso bem estar e nossa saúde.
Atualmente, não existe uma lei federal que estabeleça a admissão ou não da presença de animais na areia, sendo a definição feita em nível municipal. Xangri-lá, Capão da Canoa, Tramandaí e Cidreira, assim como a maior parte do litoral gaúcho, possuem leis que proíbem a circulação de cães na praia, porém, raramente é cobrada alguma multa. nestes casos.
É importante lembrar que o cão não tem consciência da lei e da proibição de circular em determinado lugar; cabe ao seu tutor a responsabilidade de tomar os devidos cuidados para o bem-estar dos banhistas e do seu próprio pet. É obrigação do dono manter os exames do cão em dia para se assegurar que ele não transmitirá nenhuma doença aos banhistas. Além disso, sempre deve ter o 'saquinho do cocô' para recolher os dejetos, descartando-os também no devido local. O cão deve estar sempre na guia, por mais que seja dócil, para evitar qualquer possível acidente ou até mesmo briga com outros animais.
Além de pensar no bem-estar dos outros banhistas, é fundamental ter consciência sobre o que é melhor para seu cão também. Por isso, é importante não levá-lo à praia em horários de sol intenso, dar um banho e secar bem caso o animal entre no mar. Garrafinhas de água natural e congelada também devem fazer parte do kit, já que eles se resfriam pela boca.
Atualmente, muitas famílias já tem cães como membros, e por isso sabem o quão difícil (e caro) é conseguir um local para deixar seu animal durante o veraneio – até por isso, o número de abandonos (outro grande problema) cresce nessa época. Dessa forma, os locais públicos precisam se adaptar para agradar a todos os públicos, desde os pais de pets até aqueles que preferem que os cães fiquem na calçada.
Para mim, praia é lugar de cachorro sim! Tem aqueles que gostam de pular ondas, outros preferem correr atrás das bolinhas de frescobol, enquanto uns preferem rolar na areia. De qualquer forma, a alegria no rosto dos nossos peludinhos não tem preço! Em uma sociedade na qual o cão é cada vez mais parte das famílias, é essencial que haja um meio termo que beneficie os animais e seus tutores, sem causar impactos aos outros veranistas. Ainda existe muito preconceito, motivado pela desinformação, de pessoas que afirmam que os cães podem atacar ou transmitem doenças. Da mesma forma, devemos nos questionar em relação ao lixo deixado por nós, humanos, nas praias, bem como o esgoto que é despejado muitas vezes no mar, além da poluição evidente das nossas águas. Infelizmente, esta é uma discussão de longa data, que ainda não chegou a uma conclusão. O cenário ideal, em minha opinião, seria ter uma área da praia demarcada para ser 'pet friendly', onde cães fossem permitidos – o que não anularia os deveres do tutor de manter a praia limpa e cuidar da saúde do seu pet, mantendo-o na guia. Afinal, vai ter cachorro na praia sim!