Os prejuízos registrados pelas cheias no Estado, justamente no momento da troca de comando em âmbito estadual e federal, impõem ainda mais desafios às equipes do governador Eduardo Leite e do presidente Jair Bolsonaro. A marcante presença de representantes gaúchos no governo federal já resulta em aumento do poder político do Rio Grande do Sul em Brasília. É importante que essa particularidade contribua para sensibilizar as autoridades sobre o impacto das condições climáticas. Os danos são individuais, mas ameaçam também o desempenho da economia gaúcha, particularmente no caso das safras de arroz e de soja.
Cabe agora às equipes dos governos estadual e federal trabalharem juntas em defesa dos interesses do Estado e do país. Os danos registrados tanto na área urbana quanto na rural precisam ser enfrentados com alternativas que, sem atropelar os ritos legais, contribuam para reduzir trâmites burocráticos. Quem enfrenta prejuízos em casa ou na produção agropecuária precisa confiar numa ajuda em valores e prazos adequados, evitando que as perdas se tornem irreversíveis.
Em Brasília, a presença de uma equipe composta por ministros e técnicos já na primeira reunião com prefeitos gaúchos significou uma economia de tempo e aumento de eficiência, em contraste com o tradicional périplo de autoridades estaduais e municipais em busca de ajuda oficial. O governo gaúcho também age certo ao determinar, por meio da Secretaria Estadual da Agricultura, que órgãos como a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) façam um detalhamento minucioso das perdas efetivas na safra. O objetivo é facilitar as providências inadiáveis, muitas das quais já vêm sendo colocadas em prática. Os prefeitos dos municípios mais atingidos, assim como as próprias comunidades, também precisam agir com eficiência para reunir a documentação necessária, se não quiserem contribuir com atrasos além dos inevitáveis.
A elogiável mobilização em torno das pessoas prejudicadas pelas águas no Rio Grande do Sul precisa se constituir no primeiro passo de uma prática que se torne rotineira, capaz de fornecer respostas rápidas. Diante de prejuízos como os registrados na safra, o Estado, no sentido mais amplo, precisa demonstrar disposição e capacidade de agir.