Mais uma vez, o Rio Grande do Sul sofre com as chuvas fortes que desabrigam famílias e causam prejuízos econômicos a um Estado com marcadas vocação e competência para o agronegócio.
Se, por um lado, é impossível controlar a natureza, por outro, os efeitos dos fenômenos climáticos poderiam ser minimizados com planejamento e ações concretas.
As enchentes fazem emergir décadas de imprevidência. Enquanto não se ordenar o crescimento das cidades, as habitações em locais de risco continuarão a ser construídas e, em momentos como o atual, engrossarão as estatísticas e os dramas que comovem os gaúchos.
A solução do problema só poderá ser encontrada se os investimentos vierem no momento oportuno, não depois que as águas começaram a subir. Quando os rios transbordam e as casas são inundadas, só nos resta mitigar sofrimentos.
Diante de mais esse quadro de temporais, confirma-se a necessidade de investimentos constantes em órgãos como a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros, diretamente ligados às ações emergenciais de ajuda aos cidadãos. Um trabalho que não deve ser limitado apenas à reparação em momentos de infortúnio, mas de prevenção, cada vez mais relevante diante das mudanças climáticas enfrentadas pelo planeta.
É necessário que a população esteja organizada, preparada e orientada sobre o que fazer e como fazer em casos como este no sul do Estado. Somente assim, a comunidade poderá dar respostas eficientes aos desastres naturais.
O Piratini agiu rapidamente e dentro de suas competências no enfrentamento da questão. A liberação de recursos destinados ao aluguel de máquinas para desobstruir ruas e bueiros e o envio de policiais e viaturas para as cidades atingidas foi fundamental para diminuir o impacto dos alagamentos. Recuando o nível dos rios, cabe ao governo agilizar as reformas nos equipamentos públicos afetados, para não prejudicar o início do ano letivo e o atendimento de saúde, entre outros.
O Rio Grande do Sul já provou ser um Estado solidário, o que mais uma vez se confirma diante da mobilização em favor da população atingida pela água na Campanha e na Fronteira Oeste. Cabe-nos, antes de tudo, manter a mobilização para que as vidas de milhares de gaúchos voltem ao normal o quanto antes possível.