Os 147 milhões de brasileiros aptos a votar no dia 7 de outubro estão novamente diante uma oportunidade que a democracia oferece de quatro em quatro anos: a de acompanhar com atenção os desdobramentos da campanha eleitoral que, a partir de hoje, leva os candidatos à internet e às ruas de todo o país. Por mais que esse período seja necessariamente cercado de um clima passional, é importante que os eleitores façam um esforço para encará-lo com o máximo de racionalidade. Quando mais se basearem em informações objetivas e confiáveis, mais os brasileiros terão discernimento sobre o que realmente importa nas escolhas para o Legislativo e para o Executivo, em âmbito estadual e federal.
O cenário particularmente difícil no qual a campanha e as eleições serão realizadas amplia a responsabilidade de quem irá às urnas. É importante ficar atento em relação ao discurso de quem busca votos para avaliar se há coerência com a realidade do país e com a urgência na superação das dificuldades. Os candidatos, por sua vez, precisam se mostrar otimistas em relação ao futuro no seu esforço de atrair eleitores. Isso não os autoriza, porém, a perderem de vista a difícil realidade das finanças públicas, tanto no âmbito estadual quanto nacional.
A viabilidade das propostas será apenas um aspecto levado em conta na hora de digitar os números na urna eletrônica. Ainda assim, alguns temas terão presença obrigatória nos contatos com os eleitores, diretamente nas ruas, nos comícios ou em debates como o que será realizado hoje pela Rádio Gaúcha entre os postulantes ao Piratini. É o caso, em âmbito estadual, da crise nas finanças públicas, de seu impacto na desmotivação dos servidores e na perda acelerada de qualidade de vida dos gaúchos devido às carências orçamentárias em áreas como segurança e educação. No plano nacional, não haverá como escapar a temas relacionados à retomada da economia como alternativa para o país gerar mais renda e emprego.
Diante do aperto orçamentário que aguarda quem for eleito para o Planalto, a volta do desenvolvimento depende acima de tudo de reformas como a da Previdência e de maior eficácia na aplicação de recursos públicos com a redução das perdas com o combate à corrupção. O desafio para o eleitor será o de discernir quem está melhor preparado para enfrentar as carências do Estado e do país, sem prometer o impossível e sem dar margem a aventuras fiscais.