Um fenômeno alvissareiro relacionado às eleições de 2018 começa a tomar forma. Não mais apenas os tribunais eleitorais, mas também entidades da sociedade civil como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Estado, de magistrados, além de meios de comunicação vêm intensificando campanhas de valorização do voto e sobre a importância de o ato ser exercido de modo consciente. Nunca esse tipo de iniciativa se revelou tão necessário. A desinformação e o descrédito se intensificaram, a ponto de boa parte da população simpatizar hoje com uma intervenção militar no processo democrático. No entanto, como mostra a história, não há saída fora da democracia, que se consolida e se renova nas eleições.
Particularmente importantes são as eleições para os parlamentos. Ainda assim, são comumente relegadas a um segundo plano. É uma atitude de risco, pois cabe aos parlamentos garantirem ou não governabilidade a quem for eleito para chefiar o Executivo. Compete ao Legislativo o papel de assegurar a estabilidade ou afogar o país no oceano do populismo e da demagogia.
Antes de definir suas escolhas para o Executivo ou para o Legislativo, portanto, é preciso que o eleitor busque o máximo de informações sobre seus potenciais candidatos. Entre os aspectos que precisam ser levados em conta, estão os compromissos assumidos com a ética na atividade pública e com a democracia. Votar é um ato que implica responsabilidade e planejamento. Sem preparo prévio, o eleitor corre o risco de tomar sua decisão por impulso, gerando riscos coletivos.
Ao que tudo indica, a campanha para as eleições de outubro será marcada por tentativas de manipulação via redes sociais. Trata-se de um grande desafio para aqueles que elegem como seu Norte o Estado de Direito – que defende o primado da lei sobre tudo e todos. Por isso, é positivo que, nessas eleições, a mobilização pelo voto responsável inclua também alertas sobre os danos que podem ser provocados pelas chamadas fake news, que têm o poder de induzir muitos eleitores a equívocos. É o que ocorre, por exemplo, com as falácias usadas para defender voto em branco ou nulo.
A fase de definição de candidatos por parte dos eleitores exige responsabilidade e consciência máxima sobre o impacto dessas escolhas para a democracia e o futuro do país. Quem age sem essa preocupação diante da urna, corre o risco de passar quatro anos sem lembrar sequer dos nomes cujos números foram digitados, nem se foram eleitos ou não e como exercem seus mandatos.