A crise atual enseja um intenso embate entre fatos reais e versões mentirosas, pois se trata do maior esquema de corrupção mundial, que atinge partidos políticos e iniciativa privada.
A operação Lava-Jato expõe ocupantes de cargos públicos de expressão: presidente, governadores, senadores, deputados, ministros etc. Estes, para se defenderem das evidências dos delitos, usam versões mentirosas que descaracterizam as ações do Judiciário e os fatos reais. A abordagem, no caso Lula, é emblemática: tenta transformar um corrupto condenado em um “preso político inocente”, perseguido pelos poderosos (eles x nós), apoiados pelo juiz Moro.
A condenação punitiva do Lula é um divisor histórico no enfrentamento à corrupção e às militâncias que se mobilizam com dinheiro público para defender o indefensável, tentando impedir a punição de um corrupto condenado. O eventual sucesso de descaracterizar o Judiciário e os fatos que levaram Lula à prisão, fazer ameaças e cercear o direito de ir e vir são estratégias cujos resultados interessam, também, a outros líderes corruptos. A descaracterização dos fatos também será usada para explicar o caso do sítio de Atibaia? A compra de aeronaves de guerra? Os assuntos da África etc? Dizer que Lula é “preso político” é agredir o cidadão trabalhador honesto, pois o ex-presidente compartilhou com sua base o maior esquema mundial de corrupção ramificada, envolvendo quase todos os partidos políticos.
Definitivamente, como brasileiros, não podemos aceitar que corruptos contumazes fiquem ou voltem ao poder. Basta de corruptos populistas que agridem nossa cidadania. Precisamos apoiar um Judiciário ágil, que coíba os delitos com punições a serem cumpridas de forma igual e por todos os condenados.
A verdade é que Lula é corrupto, condenado e, conjuntamente com os demais corruptos dos diversos partidos, deve responder pelo que fez. As narrativas de “preso político” injustiçado pelo Judiciário e as ameaças de reações populares são versões mentirosas que tentam desacreditar o Judiciário e inibir as instituições. Prender Lula mostra que a corrupção no Brasil não compensa e será punida, o que nos leva a acreditar que outros corruptos terão o mesmo destino.
Condenar Lula é, antes de tudo, uma defesa apartidária e impessoal da honestidade e de valores morais e éticos como fundamento intransigível. Isso significa que, antes de ser a favor ou contra Lula e seu partido, devemos nos colocar a favor dos valores e do princípio de que a corrupção não compensa e que todos são iguais perante a lei. Isto deve permear a nossa sociedade e a classe política.