Tom Klinkowstein é pai de uma menina de 10 anos. Ele observou como sua filha usou o Instagram para mostrar seu sofrimento com a iminente morte do seu hamster de estimação. Um bom exemplo para entendermos como a tecnologia gera consequências não intencionais. Sua filha acordou determinado dia e viu que seu hamster Pompom estava muito doente, quase morrendo. Antes de sair para a escola, ela foi até a casinha dele e começou a chorar. Pegou Pompom em uma das mãos e, instintivamente, fotografou seu amiguinho doente com o iPhone e postou seu primeiro contato com a morte no Instagram. Em poucos minutos, seguidores estavam sofrendo com ela e a consolando, enquanto ela se vestia, bebia seu chocolate quente e terminava seu tema de casa antes de ir para a escola. Isso a ajudou a fazer o luto com a morte do seu pet.
É preciso lembrar que o Instagram, originalmente, foi concebido para ser apenas um álbum de fotos eletrônicas para serem compartilhadas entre amigos. O Facebook foi criado para estudantes universitários se comunicarem entre si e, hoje, é usado até para ganhar eleições presidenciais com informações falsas, como fez Donald Trump, apesar de Mark Zuckerberg dizer que 99% das informações que circulam pelo Facebook são verdadeiras.
O game Pokemon Go foi criado para diversão, mas já foi usado até para assaltar pessoas.
Todas as novas tecnologias terminam mexendo com as capacidades humanas (sentidos, mentes, corpos) e cada um inventa uma nova maneira de usá-las, de acordo com suas necessidades.
Um estudo inglês pesquisou o efeito da tecnologia nos empregos, desde 1871. Ele mostrou que a tecnologia criou mais empregos do que os que foram destruídos. Ainda assim, é preciso olhar com muita cautela todas as repercussões que uma nova tecnologia pode criar na vida das pessoas, para que ajude em funções degradantes, mas que não busque, jamais, tornar o ser humano obsoleto.