Na governança atual do Brasil, já impera a próxima eleição, subordinando os interesses do país aos dos políticos e seu patrimonialismo clientelista. Esta realidade só será mudada se uma elite inclusivista supracorporativista e mobilizada respaldar uma agenda para o próximo mandato, com a eleição de políticos comprometidos com ela. Para tanto, são necessárias mobilizações qualificadas e participativas de cidadania política, conscientes de que este é o único caminho possível para alavancar as mudanças que favoreçam um empreendedorismo desenvolvimentista e menos desigualdade social. Isso implica em coordenar e articular uma agenda convergente com implantação evolutiva e aceitação social.
Devemos buscar a eleição de candidatos ao Executivo e ao Legislativo alinhados, comprometidos e capazes de empreendê-la. Nas estratégias de ação, deve-se contemplar vários pontos fundamentais, a começar pela redução do tamanho do Estado e do seu custo, tornando-o mais eficiente, sem empresas estatais ineficientes e desnecessárias. Depois, digitalizar e reduzir a burocracia, departamentos e cargos comissionados, erradicar o patrimonialismo e rever a federalização excessiva.
Deve-se alavancar a transparência para que a sociedade faça um efetivo controle social sobre as ações públicas. Uma reforma política que rompa com a eternização dos atores políticos e seus interesses propiciará esta ambiência. Precisamos estruturar a competitividade sistêmica do Brasil para integrá-lo à economia globalizada e para crescer de forma sustentável a 6% a.a.. Urge uma reforma e a redução da carga tributária, além do controle sobre as contas públicas para resgatar a capacidade de investimento em infraestruturas. Também é importante que a reforma da Previdência não seja descaracterizada pela politicagem de véspera de eleição.
É hora de transformar o Estado interventor em indutor do desenvolvimento sustentável, econômico e social que possibilite a geração de empregos e a redução da desigualdade social. Em decorrência do sucesso de uma agenda inicial, poderemos partir para outras reformas, como a do judiciário, da Constituição, da educação, da inovação etc. Atuemos, então, como uma elite social comprometida, inclusivista e mobilizada com uma agenda convergente de reformas desvinculadas a ideologias anacrônicas e narrativas populistas, consubstanciada por um apoio sociopolítico que inicie um processo de mudanças planificadas para o país. Caso contrário, teremos apenas mais do mesmo.