O Enem, com praticamente 20 anos de existência, pode ser considerado um avanço nas Políticas Públicas de acesso ao Ensino Superior no Brasil. O número de inscrições em 2017 chega a ultrapassar 6,7 milhões de candidatos, representando um crescimento significativo dado o período de sua implantação. A relação do SiSU com a aplicação da Lei 12.711/2012 possibilita um melhor controle e facilidade na aplicação das Políticas de Ações Afirmativas visando o ingresso ao Ensino Superior Público.
Promove o acesso amplo, democrático e com respeito às diversidades, contribuindo na construção de uma Universidade para todxs.
Assim, podemos citar diversas vantagens relacionadas à integração do Enem-SiSU, são elas: territorialidade – a aplicação da prova do Enem tem uma abrangência nacional, permitindo integração entre diversas localidades do Brasil, bem como a realização da prova por grande parte da população, às vezes sem condições de deslocamento para realizar exames, onde os vestibulares não chegam; conceito – o conceito unificador, integrado e interdisciplinar com o qual a prova do Enem é confeccionada permite melhor relação entre os temas estruturadores, eixos e áreas do conhecimento, condizente com a realidade prática e situações-problema próximas da vivência do candidato, contribuindo para a responsabilidade socioambiental, desenvolvimento do senso crítico e cidadania da população; valor – a prova do Enem cobra dos candidatos, que não obtêm isenção, um valor consideravelmente menor que as provas do vestibular tradicional; universalidade e integração – o Enem é aplicado para diferentes funcionalidades como acesso a vagas no Exterior (atualmente são 22 universidade que aderem ao Enem em Portugal), bolsas, vinculação a outros programas como ProUni e Fies e integração com outros vestibulares na complementação da nota; e democratização do acesso – a relação Enem-SiSU-Política de Ações Afirmativas promove o acesso amplo, democrático e com respeito às diversidades, contribuindo na construção de uma Universidade para todos.
Nesse sentido, podemos citar o exemplo da Universidade Federal de Santa Maria, que preenche com o SiSU cerca de 96% de suas vagas, com foco local e regional acentuados, todavia com ampla diversidade de alunos de fora do RS. Salientamos que o incremento no acesso deve ser acompanhado de políticas sérias para a permanência como redução das taxas de evasão com acompanhamento pedagógico, aperfeiçoamento da acessibilidade, políticas de ações afirmativas e investimento em formação de professores e tecnologia educacional.