A história mostra que as nações, ao longo dos anos, podem evoluir ou involuir. Na América do Sul, salvo poucas exceções, estamos involuindo de forma assustadora. Os cidadãos, a cada dia, assistem a governos cada vez piores e mais corruptos. Governos que distribuem benefícios para amordaçar aqueles que adoram reclamar das dificuldades do mundo “capitalista”, mas apreciam muito um favor do Estado e todas as vantagens que só um país capitalista é capaz de proporcionar.
Trata-se de uma camada pequena da população, mas que faz um barulho ensurdecedor e que ajuda a criar momentos históricos de uma nação que define e, principalmente, interfere no futuro de todos nós. E, se pudéssemos conceituar o atual período histórico através de uma única palavra, arriscaria escrever que vivemos no Brasil a era da “Relativização”. E o pior, o lado mais nefasto do vocábulo, pois não considera “que todo ponto de vista é válido”, pelo contrário, considera que o ponto de vista da pessoa interessada sobrepõe-se aos princípios que regem uma sociedade liberal e meritocrática.
Infelizmente, trata-se de uma prática nefasta e muito comum para assentar interesses e manejar princípios éticos imutáveis. E o pior, muitos que apedrejam tudo e todos, entendendo compor uma elite intelectual, são aqueles que mais se privilegiam com a relativização das coisas. Quantos condenam a corrupção, mas são condescendentes com benefícios escusos que conseguem de forma ilegal? Neste cenário, em alguns momentos, parece que a crítica se dá por falta de oportunidade de obtenção dos mesmos benefícios, famoso ditado culturalmente terrível segundo o qual “a ocasião faz o ladrão”. Quantos defendem o Estado ineficaz e gigantesco para manter seus benefícios pessoais intactos, ante a uma situação de caos daqueles que produzem e têm que conviver com desemprego e complexidades para empreender?
Enfim, inúmeros são os exemplos e certamente o leitor tem uma centena de outros casos para refletir, pois não há como discordar de que vivemos a “Era” da relativização, em que justificar benefícios pessoais, sob a máscara de uma sociedade mais justa e igualitária, é a saída para manter-se confortável as custas dos outros.