Há cerca de três anos, no meu primeiro contato com a Hyper Island, na Master Class que fiz em Porto Alegre, um dos speakers ressaltou bastante o espírito de colaboração que surgia no mundo. A necessidade de termos menos, usufruirmos mais, dividir e partilhar o que já temos. Vimos isso no Uber, Airbnb, nas hortas comunitárias, e a experiência dele próprio, dando seu depoimento de que onde morava, sempre que fazia pães ou bolos, partilhava com seus vizinhos. E isso lhe dava um imenso prazer.
Era impossível que esse movimento, em determinado momento, não atingisse também as grandes corporações. E parece que a hora chegou. De tanto estimular a excessiva competição interna, o cumprimento de metas a qualquer preço e coisas do gênero, muitas das maiores empresas do país – e do mundo – estão fazendo praticamente o inverso do que faziam. Estão priorizando a construção de um ambiente interno de grande colaboração.
Se deram conta de que a colaboração é a antessala da inovação. Sem equipes coesas, que confiem uns nos outros, que sintam prazer em trabalhar em equipes, que troquem informações e aprendizados o tempo todo, fica muito difícil inovar. E, sem inovar, não terão nenhum futuro. Para se tornarem mais eficientes e rápidas, as empresas estão cortando dramaticamente os níveis hierárquicos, achatando a pirâmide do poder.
Empresas muito hierarquizadas são mais lentas e atraem menos novos talentos, que buscam mais descontração e menos rituais de poder.
Em um ambiente de inovação constante e rápida como vivemos, se todos os colaboradores não pegarem junto, encararem o problema do outro como sendo um problema de todos, não vão conseguir sobreviver nesse mundo volátil, incerto, complexo e ambíguo. E para que isso aconteça, somente uma mudança de mindset, vai permitir que a cultura da empresa seja alterada, abrindo passagem para estratégias mais inovadoras, que permitam um aumento da confiança de uns nos outros, estimulem a colaboração entre todos e criem um ambiente de aprendizado contínuo. Sem isso será muito difícil sobreviver.