Quase todas as atividades que se utilizam de algum tipo de intermediação estão com os dias contados. São aquelas que ficam entre o produtor de bens ou serviços e o usuário final, especialmente em tarefas mais básicas e repetitivas. Como a tecnologia está propiciando contato direto e simplificando processos, muitos empregos estão desaparecendo. E não é por causa da crise, que passa. Mas por causa dos novos modelos de negócio.
Lá atrás, os computadores já acabaram com datilógrafos e revisores de texto. As câmeras digitais roubam muitos trabalhos de fotógrafos. Todos estão com seus celulares na mão. Muitos roteiros turísticos não precisam mais de agências de viagem. O Airbnb permite que locador e locatário negociem diretamente, tirando mercado de hotéis e imobiliárias. Uber e Cabify, entre tantos novos serviços de transporte, estão complicando a vida de locadoras e empresas de táxi. Já podemos receber alimentos diretamente de quem produz nas fazendas e sítios.
No interior de SP, um produtor de laranjas passou a entregar direto aos consumidores, em vez de vender para fruteiras, supermercados e centros de distribuição. Cada vez mais produtos podem ser comprados pelo e-commerce, sem precisar dos vendedores e até das lojas. A Bitcoin, a primeira moeda digital descentralizada, permite transações entre usuários, diretamente, sem usar bancos, que estão fechando suas agências físicas, ficando cada vez mais online, com aplicativos que resolvem tudo pelo celular. Empresas de transporte, de prestação de serviços de saúde, comunicação e propaganda, imobiliárias, entre tantos outros, ou acrescentam um "fator humano" diferenciado, agregando mais estratégia, inteligência e serviços, gerando mais valor agregado ao que já faziam, ou não terão mais espaços.
Muita gente está sendo substituída por equipamentos ou serviços online – caixas de supermercado, corretores de seguro, porteiros, médicos e professores. Mas muita gente poderá se reciclar, melhorando sua atividade ou sua qualidade de vida, já que as máquinas farão o trabalho insalubre e repetitivo que antes faziam. Até porque uma máquina tirar o trabalho de um ser humano é desumano.