Enquanto a eleição presidencial argentina, numa guinada surpreendente, se encaminha para um inédito segundo turno entre o candidato kirchnerista e o principal nome da oposição, outros dois países latino-americanos são palco de disputas incomuns. Na Guatemala, sacudida em setembro por um escândalo de corrupção sem precedentes - o ex-presidente Otto Pérez e a vice Roxana Baldetti estão presos sob acusação de liderar o esquema de malversação de fundos -, o comediante Jimmy Morales teve vitória triunfal na segunda volta do pleito presidencial, no domingo. Morales, 46 anos, recebeu 67,44% dos votos contra 32,56% dados à ex-primeira-dama Sandra Torres.
O grande desafio do presidente eleito, novato na política, será governar com apoio de apenas 11 dos 158 parlamentares do Congresso. Terá também de enfrentar questionamentos à representatividade do pleito: o índice de abstenção foi de 43,68% dos 7,5 milhões de eleitores. Além da corrupção, a pobreza é a maior preocupação no país. Mais de 50% dos 15,8 milhões de guatemaltecos vivem em condições de penúria.
No Haiti, uma comissão de apuração deve concluir nas próximas semanas e anunciar até 3 de novembro o resultado da eleição do sucessor do presidente Michel Martelly. A votação ocorreu no domingo, incluindo, pela primeira vez desde a posse de Martelly, em 2011, escolha de deputados, senadores e prefeitos. Os candidatos com mais chances são Jovenel Moise, apoiado pelo atual presidente, Jude Célestin, de oposição moderada, e Moise Jean-Charles, de oposição radical.